Estava de pé na prancha, enfrentando uma poderosa onda mas ter-se-á atrapalhado por se encontrar ao mesmo tempo a filmar o momento, o que inibiu a sua capacidade de reação.
Foi engolido pela onda e quase se afogou, tendo sido socorrido pelos surfistas Lucas Chumbo e Will Santana de jet ski. O primeiro ainda caiu ao mar por causa do impacto com outra onda no mar agitado.
Em terra, no areal da Praia do Norte, foram prestados os primeiros socorros e Carlos Burle entrou em recuperação.
Depois de ter sido assistido no hospital, contou que “estava a sentir-me muito bem física e emocionalmente, então, resolvi fazer umas imagens com a câmara GoPro. Desde a primeira onda estava a filmar. E, na terceira onda, quis fazer uma imagem diferente e tentei filmar de frente para o meu rosto e a onda atrás. Não estava muito focado em outras coisas, estava a pensar mesmo em fazer boas imagens”.
“Só que nesta situação extrema, a câmara na mão atrapalhou-me muito. Então, quando eu levei com a onda, tive de segurar a câmara com as duas mãos. E fiquei muito tempo debaixo de água, à espera do momento certo para poder acionar o colete sem perder a câmara. E, quando isso aconteceu, já estava quase no limite”, assumiu Carlos Burle, que agradeceu à equipa de resgate por lhe salvarem a vida.
“Passei por um momento muito difícil, um desafio enorme. Levei muitas ondas na minha cabeça, mas não perdi a consciência, não cheguei a engolir água”, relatou.
“Ficou muito claro para mim que numa situação de risco como esta, temos de estar cem por cento focados no processo de segurança. Não devia ter a câmara naquele momento. De forma alguma”, manifestou.
O surfista considera que na Nazaré se vive “o extremo do nosso desporto”. “Tanto pela geografia que produz um fenómeno da natureza, quanto pela estrutura profissional que oferece todo suporte para preparação dos atletas em todos os níveis. Nazaré, a Fórmula 1 do surf!”, exclamou.









