Foi o momento mais crítico da entrevista, onde Fernando Costa até chegou a elogiar Vitor Marques, dizendo que ganhou as eleições para a Câmara “sobretudo porque é boa pessoa”, reforçando de seguida que o autarca “tem três qualidades: 1º é boa pessoa, 2º é boa pessoa, 3º é boa pessoa”.
Contudo, sustentou que “foi uma deceção a forma como o Vitor Marques governou a Câmara. Ganhou, há que respeitar, teve mérito, mas devia ter capacidade para gerir bem o concelho e não está a gerir”.
Fernando Costa admitiu que “cometemos vários erros que se não tivessemos cometido tinhamos ganho as eleições”, mas garantiu desejar que a visão de Vitor Marques e do Vamos Mudar para o concelho obtenha “o maior êxito, porque é o êxito das Caldas”.
Acrescentou também que na reunião extraordinária da Assembleia Municipal no passado dia 18 fez “um apelo ao presidente da Câmara e a todos os partidos para que se juntem, acabem as tricas e defendam os verdadeiros interesses das Caldas, a começar pela questão hospitalar”.
Vitor Marques manifestou que “o sr. presidente da Assembleia Municipal não deve esquecer-se que todas as afirmações públicas que proferir afetam diretamente o cargo que ocupa e as funções que exerce, as quais devem ser desempenhadas com isenção e respeito institucional pelos demais órgãos”. “Tal facto não impede o presidente da Assembleia Municipal de denunciar práticas que se consubstanciam como ilegítimas ou ilegais, em sede própria, desde que para isso tenha indícios claros e provas concretas”, frisou.
“Lançar suspeitas de favorecimento pessoal, seja no âmbito da gestão de Recursos Humanos, seja no âmbito da relação com os agentes económicos locais, em entrevista pública, sem apresentar provas do que diz, ignorando a lisura e contenção que é exigida aos detentores de cargos públicos, configura uma desrespeitosa provocação e um dano para o normal funcionamento das autarquias locais, cujos efeitos recairão, inevitavelmente, sobre a confiança que os munícipes têm dos detentores de cargos públicos e sobre a dignidade do Município de Caldas da Rainha”, afirmou Vitor Marques.
“Não esqueço que o cargo que ocupo decorre da confiança que os eleitores depositaram em mim e, nessa condição, colocarei sempre em primeiro lugar e, acima de tudo, a dignidade da autarquia à frente da qual tenho a honra de estar, razão pela qual, sem prejuízo do respeito pessoal que tenho pelo dr. Fernando Costa, não posso deixar incólumes estas palavras proferidas por quem, neste momento, ocupa um tão destacado lugar eletivo na vida deste concelho”, finalizou o presidente da Câmara no seu comunicado.
Mas Fernando Costa prossegue o seu tom crítico e na rede social Facebook voltou à carga: “É necessário fazer melhor as obras para que custem menos aos munícipes no presente e no futuro: a Câmara tem que ser mais exigente com os empreiteiros. Não são necessárias tantas despesas da Câmara com empresas de comunicação e Marketing, quando a Câmara tem nove funcionários nessa área. Nos últimos quatro anos foram gastas várias centenas de milhares de euros com empresas de marketing. Há quatro anos, a Câmara tinha uma avença com um gabinete de advogados para todos os processos: hoje, tem quatro avenças com escritórios de advogados. Os caldenses devem pagar menos na factura da água e ter melhores obras”.
