No dia 26 de novembro, às 19h00, na Rua da Caridade, 11, nas Caldas da Rainha, terá lugar a projeção do premiado documentário The Golden Harvest (A Colheita Dourada), longa-metragem da escritora, jornalista e realizadora americana Alia Yunis.
Com o subtítulo de “Uma história de amor de 6 mil anos”, The Golden Harvest explora a relação do povo mediterrânico com suas oliveiras. “Um romance que está em constante evolução, numa região que inclui algumas das áreas mais pobres e conflituosas da Europa e do Médio Oriente”, como resume o texto de apresentação do filme. Alia Yunis nasceu em Chicago e passou parte da infância e juventude na Jordânia, no Líbano e na Grécia. Os pais são da Palestina, onde o filme começa.
Em seguida ao filme, haverá uma conversa por videochamada com integrantes da equipa do premiado podcast de jornalismo investigativo Fumaça, que retornaram este mês de uma viagem à Cisjordânia Ocupada, onde acompanharam de perto a apanha da azeitona e a violência brutal a que olivicultores palestinianos são submetidos por colonos e pelo exército israelitas. A equipa do Fumaça tem várias reportagens e séries sobre a Palestina.
Segundo dados das Nações Unidas, desde o início da apanha deste ano, já foram contabilizados mais de 150 ataques de colonos em 75 cidades e aldeias. Os ataques deixam um rastro de destruição: olivicultores impedidos de fazer a colheita em suas próprias terras; em torno de 120 homens, mulheres e crianças feridos, com pelo menos uma criança de 13 anos assassinada, Ayssam Jihad Ma’ala, sufocado por gás lacrimogéneo; e mais de 4.200 oliveiras e mudas queimadas, derrubadas ou vandalizadas.
Cerca de 80% das terras agrícolas na Palestina são – ou eram – olivais. Desde 1967, as autoridades israelitas destruíram mais de 800 mil oliveiras palestinianas na Cisjordânia Ocupada. Os dados foram publicados pelo Instituto de Pesquisa Aplicada de Jerusalém em 2012. Cálculos mais recentes dão conta de que já se contabilizam mais de um milhão de oliveiras destruídas.
Criado pelas Nações Unidas em 2019, o Dia Mundial da Oliveira celebra a importância desta árvore. Em Portugal, que é um dos maiores produtores de azeite no mundo, a cultura da oliveira tem raízes profundas e milenares. O cultivo da árvore teria sido inicialmente introduzido na península ibérica pelos fenícios e disseminado em Portugal pelos romanos. A oliveira mais antiga do país, com mais de três mil anos, fica em Mouchão, Mouriscas, perto de Abranches.
A oliveira foi inicialmente domesticada na região do Levante (na Síria e Palestina), segundo registos arqueológicos e análises genéticas
Na ocasião em que se comemora o Dia Mundial da Oliveira, o Palestina Livre Caldas lembra onde estão as raízes desta árvore – símbolo de paz, fecundidade, força e vitória.
Haverá azeite português e za’atar, entre outros petiscos. A entrada é grátis, com donativo livre.
