O autor do crime, que sustentou ser “pura mentira” a acusação de que foi alvo, foi apanhado depois de vestígios do seu ADN terem sido recolhidos na casa da vítima, na Rua Professor Adelino Rodrigues da Costa. João Valentim foi encontrado estendido no pátio. Tinha as mãos e os pés amarrados com cordas, cordéis e arames, a boca amordaçada e sacos de plástico na cabeça envoltos em fita isoladora para o sufocar. Apresentava ainda marcas de agressão em várias partes do corpo, com recurso a um objeto não apurado.
Apesar da vítima ser uma pessoa humilde, com uma reforma de cerca de 300 euros mensais, ganhando ainda algum dinheiro com venda de ovos e galinhas, a agressão terá acontecido para roubá-lo.
O arguido, que chegou a viver nas proximidades da vítima, foi residir para a zona de Lisboa após o homicídio e foi detido a 12 de fevereiro deste ano no restaurante onde trabalhava, em Cascais, pelo Departamento de Investigação Criminal de Leiria da Polícia Judiciária.
A identificação do suspeito foi possível “em resultado dos exames no local e das perícias efetuadas pelo Laboratório de Polícia Científica da Polícia Judiciária”, mas cruzou-se com “uma coincidência”, uma vez que o suspeito “era já procurado pelas autoridades de França pela prática de um crime de roubo agravado, ocorrido em 2016”, tendo existido cooperação internacional, com a colaboração do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses e das autoridades francesas.
Contradições nos depoimentos que prestou em sede de julgamento, para além de luvas com sangue da vítima escondidas no meio de ervas que vieram a revelar também o ADN do arguido e o relato de uma prima do falecido que relatou que o idoso lhe tinha dito que tinha medo que o arguido o matasse, foram fundamentais para a condenação.










