Candidatura da AD nas Caldas recorre ao Tribunal Constitucional para se pronunciar sobre “irregularidades”

21 de Outubro de 2025

A candidatura da Aliança Democrática (AD) nas Caldas da Rainha apresentou recurso ao Tribunal Constitucional (TC) para se pronunciar sobre “irregularidades no decorrer do ato eleitoral”, nomeadamente em três mesas de voto na Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, respeitantes à União de Freguesias de Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório.

 

De acordo com Paulo Espírito Santo, mandatário da coligação que juntou PSD e CDS-PP na candidatura intitulada Somos Caldas e encabeçada por Hugo Oliveira, a Assembleia de Apuramento Geral (AAG) validou a vitória do Movimento Vamos Mudar (VM), encabeçada por Vitor Marques, pese embora “ter admitido a existência de uma série de irregularidades no decorrer do ato eleitoral”.

“A própria AAG, apesar de ter validado o resultado, decidiu extrair certidão da ata para ser enviada à Comissão Nacional de Eleições, no seguimento das irregularidades verificadas”, afirmou Paulo Espírito Santo.

“Solicitámos a recontagem das mesas onde tivemos conhecimento de que as urnas foram violadas, boletins manuseados dentro das urnas, entre outras irregularidades. Pedimos a recontagem destas mesas precisamente para que não houvesse qualquer dúvida sobre o resultado. A AAG não entendeu dessa forma e, portanto, levantamos as mesmas dúvidas ao TC”, indicou o mandatário.

Segundo sustentou, “a partir do momento em que se assistem a irregularidades, graves do nosso ponto de vista, num dia de eleição, então o mínimo que devemos fazer é apontar essas irregularidades, dar nota a quem de direito e, depois, quem de direito decida o que tiver a decidir sobre as mesmas”.

O JORNAL DAS CALDAS apurou que houve uma recontagem pela AAG, que ditou a existência de mais três votos para o VM, mais um voto para a AD e menos três votos em branco, o que significa que a vantagem da lista vencedora aumentou de 140 para 142 votos, sem interferência na distribuição dos mandatos na Câmara: Três para o VM, três para a AD e um para o Chega.

Mas Paulo Espírito Santo assegurou que “da totalidade do concelho, recontaram-se duas ou três mesas, está na ata, mas não foi nenhuma daquelas” visadas no pedido de impugnação apresentado pela AD.

Em Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório foi recontada “a mesa 10, sem qualquer alteração de resultado”, quando “temos conhecimento de urnas abertas nas mesas 2, 5 e 11”.

A recontagem da mesa 10 aconteceu porque “a ata era omissa nos resultados”, referiu o mandatário da AD, apontando que a explicação consta da ata da AGG, a mesma que o JORNAL DAS CALDAS procurou ter acesso nos últimos dias, sem sucesso até ao momento.

A AAG esteve reunida entre 14 e 16 de outubro e “tendo sido validados os resultados obtidos, determinou-se a respetiva publicitação através de edital”, afixado no átrio interior do edifício da Câmara Municipal no dia 16, depois do encerramento das portas ao público, que apenas teve acesso a partir das 09h00 do dia seguinte.

“No entanto, em face da extensão da descrição dos incidentes e ocorrências a incluir na ata, aprovou-se, por acordo unânime dos elementos da AAG, concluir a respetiva redação durante o período noturno e, se necessário, durante o dia 17, o que efetivamente aconteceu. A ata apenas foi concluída e assinada por todos os seus elementos no dia 17, pelas 17h30”, consta de uma decisão do tribunal sobre o pedido do mandatário da AD para que fosse dado sem efeito a afixação do edital de apuramento geral ocorrida no dia 16.

A afixação do edital foi declarada nula pelo Tribunal, sendo determinada a respetiva afixação com efeitos a partir de dia 20 de outubro.

Noutros concelhos a ata da AAG é um documento que pode ser lido nas plataformas digitais das respetivas autarquias. O JORNAL DAS CALDAS consultou, por exemplo, a ata da AAG do concelho de Viana do Castelo.

O que o JORNAL DAS CALDAS obteve da AAG, presidida pela juíza Alexandra Dâmaso, foi a constatação de que “as reclamações legítimas apresentadas foram apreciadas e foram recontados votos de algumas mesas, mas os resultados mantiveram-se, sem qualquer consequência para o resultado final”.

Hugo Oliveira salvaguardou que “não está em causa o meu reconhecimento da derrota eleitoral mas muito mais do que isso, a transparência do ato eleitoral, que na verdade não ocorreu e temos de salvaguardar a democracia para bem de todos”, porque “não é bom ficarem no ar as suspeitas que já existem”.

O candidato disse que “violaram os selos das urnas para calcarem supostamente os votos”, de modo a caberem os boletins, só que “colocaram as urnas no chão e andaram a mexer nos votos”.

Segundo Hugo Oliveira, “as pessoas que estavam nas mesas como delegados testemunharam”, havendo ainda outras testemunhas e imagens. Interrogado sobre o que constataram, relatou que “não sabem o que fizeram”.

O VM transmitiu entretanto que o processo de verificação foi “especialmente rigoroso em razão de dúvidas suscitadas pelo mandatário da AD relativamente a quatro mesas de votos”, tendo sido confirmada pela AAG “a não existência de factos que fundamentassem as suspeitas levantadas”, decisão que “vem reafirmar a legitimidade da vitória do Movimento VM e a reeleição de Vitor Marques como presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha”.

O movimento VM agradece a todos os membros das mesas de voto e manifesta a sua solidariedade aos membros das mesas visadas pelas referidas suspeitas.

Aceda à sua conta.

Preencha os campos abaixo para entrar na sua conta.
Esqueceu-se da password?Clique aqui.
Ainda não tem conta?Registe-se aqui.
Tipos de assinatura disponíveis
Simples – Gratuito

• Valildade ilimitada
• Possibilidade de comentar nos artigos

7 Dias Digital – €1

• Validade de 7 dias.
• Acesso a todo o contéudo digital.
• Acesso completo ao arquivo de publicações impressas.
• Possibilidade de comentar nos artigos.

1 Ano Digital – €15

• Validade de 365 dias.
• Acesso a todo o contéudo digital.
• Acesso completo ao arquivo de publicações impressas.
• Possibilidade de comentar nos artigos.

1 Ano Digital + Papel – €30

• Validade de 365 dias.
• Acesso a todo o contéudo digital.
• Acesso completo ao arquivo de publicações impressas.
• Receba o jornal todas as semanas.
• Possibilidade de comentar nos artigos.

Crie a sua conta.

Preencha os dados abaixo para se tornar assinante.
Já tem conta?Aceda aqui.
Selecione a assinatura pretendida