J.C. – O hospital é uma das maiores preocupações. Qual a sua posição?
H.O. – Em primeiro lugar o atual hospital tem de continuar a ser melhorado por forma a garantir as condições mínimas e condignas para os utentes. Assumo que lutarei com todas as minhas forças para que a construção do novo Hospital do Oeste nas Caldas seja uma realidade. Julgo que é por demais evidente que sou o candidato que está em melhores condições para tratar este tema com o governo, ao contrário de Vítor Marques candidato do Vamos Mudar coligado com o PS, que afirmou, no debate da semana passada, que o Vamos Mudar tem tentado chegar junto dos governos, PS ou AD, de várias formas, mas sem sucesso. Falta-lhe força política.
J.C. – A Linha do Oeste é fundamental para a mobilidade e desenvolvimento da região. Que pressão vai fazer ao Governo na melhoria das ligações ferroviárias?
H.O. – Caldas da Rainha tem que se afirmar como centro de mobilidade para toda a região. A linha do Oeste tem de ser parte integrante de uma estratégia que se quer crescente, pensada a uma escala temporal e geográfica mais alargada. O objetivo é Caldas numa perspetiva nacional, melhorando a ligação Caldas-Lisboa, mas também para norte a Leiria com a eletrificação da linha.
Para que seja competitiva, a linha do Oeste terá de ser ligada à linha de cintura em lisboa e essa obra já foi referenciada pelo ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz. Assim, será fulcral exercer a pressão necessária junto do poder central para conseguir este desiderato.
Temos de ter zonas de estacionamento sem esquecer, obviamente, a circulação dentro da cidade, procurando derrubar barreiras para pessoas com mobilidade reduzida, criar uma maior rede de ciclovias e promover o uso de bicicletas.
J.C. – Qual é a sua visão para o relançamento do termalismo e como encara a construção do novo balneário termal?
H.O. – O Termalismo sempre foi um tema central nas políticas de desenvolvimento estratégico do concelho das Caldas. Falar sobre Termalismo implica falar também de uma estratégia que envolva turismo, bem-estar, desporto e medicina, numa perspetiva integrada que promova um plano de desenvolvimento diferenciado com soluções atrativas que possam tirar partido de sinergias com privados e outros agentes, mais do que depender somente do município. Defendemos a requalificação do Balneário Novo para 3 mil aquistas, que poderá no futuro ficar afeto à área do bem-estar. Também a construção de um Novo Balneário na Parada, com parque de estacionamento subterrâneo, mas também a criação de um Centro de Medicina Física e de Reabilitação que funcione em articulação estreita com os recursos termais. Queremos desenvolver um cluster de termalismo, saúde e desporto.
J.C. – A falta de habitação acessível é um problema. Que medidas defende para aumentar a oferta de habitação no concelho?
H.O. – No programa da AD que agora apresentamos queremos que este apoio seja alargado a quem precisa. Temos prevista a criação de 300 fogos de habitação distribuídos por habitação condigna do “1º direito”, habitação a custos controlados e arrendamento acessível. Outras medidas passam pela simplificação de processos e diminuição de taxas para habitação jovem. Mas também a requalificação de edifícios devolutos no concelho.
Desde a construção de habitação a custos controlados por exemplo, no largo das enfermeiras, protocolo deixado pelo executivo do PSD e que o VM ignorou. Até à construção de habitação social no Bairro José Natário, e no Bairro Dona Leonor. A implementação do programa de reabilitação urbana tem de ser assumida como uma prioridade, o atual executivo colocou a reabilitação urbana numa gaveta e prejudicou centenas de munícipes.
J.C. – Como pretende apoiar o comércio local, a indústria, a agricultura e o turismo?
H.O – A criação de mais emprego e a fixação de população nas Caldas é um dos objetivos principais da nossa candidatura. Para fixar é preciso atrair, mas também criar condições e resposta rápida para essa fixação. Ao nível do comércio local queremos criar bases para a análise de mercados, definição de estratégias integradas ao nível da malha comercial no terreno, por forma a criar soluções para um todo que é o conjunto comercial das caldas. Captando lojas âncora para o centro urbano e potenciando e promovendo o tecido comercial existente.
Ao nível da Agricultura, esta terá vereação, garantindo a auscultação, a resposta necessária e a estrutura de apoio para afirmarmos o potencial económico ao nível nacional e internacional do nosso produto local.
J.C. – Que políticas ambientais considera prioritárias para o concelho?
H.O – Uma das grandes apostas do programa AD é precisamente a requalificação e ampliação de espaços verdes no concelho, como a requalificação do Parque Urbano das Águas Santas ou da Mata das Mestras, assim como a recuperação do Parque D. Carlos I. Iniciámos esta campanha anunciando a plantação de uma árvore por cada votante nestas eleições, considerando desde logo mais de 22 mil e houve quem fosse deselegante e gozasse com esta medida, por serem muitas. Outras medidas nestas áreas visam contribuir para o alcance da meta Caldas Neutral 2050.
J.C. – As Caldas têm uma forte tradição cultural e artística, assim como uma importante dinâmica associativa e desportiva. Como tenciona apoiar estas áreas?
H.O. – Responder a esta questão é falar de ambiente histórico: conjunto de bens, dinâmicas sociais e comunitárias, pessoas e tradições. Esta forte tradição cultural patente na matriz do concelho é o nosso ambiente histórico, quer seja pela produção artística, artesanal, mas também pelo associativismo e o papel determinante que este tem na salvaguarda, promoção, inclusão e desenvolvimento. Estas áreas serão apoiadas com estratégias de proximidade, com auscultação e convite à participação como, por exemplo, previsto na medida de criação de conselho consultivo composto por estes diversos atores, dando voz e procurando dar resposta às suas necessidades.
J.C. – O concelho é composto por várias freguesias. Que estratégia terá para garantir uma distribuição equilibrada de investimentos e atenção a todo o território?
H.O. – As freguesias são parte integrante e estratégica do concelho. As freguesias, sejam ou não da cidade, serão tratadas de forma igual, porque o concelho é um todo e não várias parcelas. As freguesias não urbanas têm sido, vistas como parentes pobres por parte do executivo VM. No entanto, acreditamos que devem de ser integradas na estratégia geral. Para o efeito, cada um dos programas foi escutado e acompanhado por mim, fazendo caber nas medidas do programa geral, pontos de ligação com todas as freguesias. Será, aliás, criado o gabinete de apoio às freguesias, garantindo uma apoio permanente e resposta célere às suas necessidades.
J.C. – Que mensagem gostaria de deixar aos eleitores das Caldas?
H.O – Iniciámos esta candidatura com a convicção de que Caldas merece mais. Olhamos para este concelho com potencial de desenvolvimento e, por isso, juntámos uma equipa renovada, de diversas convicções políticas (PSD, CDS e mais de 50% de independentes, somos um verdadeiro movimento de cidadãos), e escutámos a população para a construção do nosso programa eleitoral. Da minha parte, assumo o compromisso de tudo fazer pelo meu concelho, de lutar pelo nosso hospital, para tornar as Caldas um local melhor para trabalhar, para estudar, para investir, para visitar, ou seja, para viver.










