A construção do novo hospital do Oeste nas Caldas da Rainha foi o tema que mais os aproximou, mas que também teve mais momentos de troca de acusações, enquanto que a cobrança da taxa de saneamento a quem tem fossas sépticas é que fez mais abanar algumas cabeças em discordância da posição de cada um.
Entre os candidatos de partidos de esquerda e de direita houve algumas coincidências de ideias, curiosamente em temas como o alojamento local e na cobrança de uma taxa turística, mas também algumas discussões ideológicas.
Nas questões sobre as principais medidas para a habitação no concelho, foram várias as propostas apresentadas.
Hugo Oliveira (PSD/CDS) avançou com a ideia de criar mais 300 fogos com disponibilidade para habitação a custos controlados e arrendamento acessível, salientando que há vários terrenos disponíveis para construção pública.
Vitor Marques (Vamos Mudar) salientou o aumento do número de habitações municipais durante o seu mandato e outras iniciativas realizadas neste setor, prometendo mais investimento na reabilitação e na construção de mais casas.
Pela Iniciativa Liberal, Carlota Oliveira propôs a implementação de um Programa Municipal da Habitação, a partir de uma análise das necessidades para o concelho, mas também com um levantamento do património imobiliário municipal, entre outras medidas. A candidata quer que a Câmara trabalhe com os privados no sentido de criar um projeto de reabilitação das casas devolutas.
Também Carlos Ubaldo (Bloco de Esquerda) quer avançar com um Plano Municipal da Habitação e identificar as necessidades da população, dos mais novos aos mais velhos. O candidato salientou que a habitação é um direito fundamental e deve ser garantida a todos, sendo que a autarquia pode tomar várias medidas, desde apoio ao arrendamento à construção de habitação pública.
João Arroz (Livre) afirmou que a habitação é a principal prioridade da sua candidatura e deu como exemplo de sucesso o caso de Viena, na Áustria, onde 66% da habitação é pública e de qualidade, algo inédito ao nível europeu. “Nas Caldas não precisamos de tanto, 10% seria o suficiente para ter rendas acessíveis e fazer baixar também o valor cobrado no setor privado”, explicou.
O candidato do ADN, Carlos Barroso, também quer que a Câmara crie mais habitação social, aproveitando os terrenos públicos disponíveis. Na sua opinião, o atual executivo não fez o que lhe competia e deixou vários planos relacionados com a habitação parados, para além de não apresentar candidaturas aos fundos comunitários disponíveis nesta área. Carlos Barroso quer que a Câmara junte os proprietários e os incentive a reabilitar o parque habitacional.
Todos os candidatos foram unânimes em considerar que é na requalificação do que já existe que está um dos principais caminhos para resolver este problema.
Para Duarte Raposo (CDU) é óbvio que as propostas acabam por ser semelhantes e necessárias, principalmente ao nível da habitação social e da recuperação dos prédios devolutos. “A habitação é um direito central para qualquer ser humano”, salientou.
Luís Gomes (Chega) confirmou essas semelhanças entre as propostas, mas acabou por referir também a necessidade de perceber as causas da falta de habitação disponível no concelho. O candidato sublinhou que no último triénio vieram habitar para as Caldas mais 3.800 pessoas “que são migrantes”. Ao mesmo tempo, só se construíram mais 648 fogos.
De qualquer forma, Luís Gomes também considera que a banca tem muitas responsabilidades, pelas dificuldades que coloca na aquisição de novas casas.
Em relação ao Alojamento Local, os candidatos não consideram uma ameaça para a disponibilização de mais casas, até pelo contrário, salientaram os investimentos feitos ao nível da reabilitação de edifícios.
Sobre a possibilidade de criação de uma taxa turística, alguns candidatos consideraram essa possibilidade, depois de um estudo sobre a mesma e o seu impacto no turismo e no concelho. Carlos Barroso e Luís Gomes foram os únicos candidatos que se mostraram mais contra essa cobrança.









