Este ano, destaque para a presença e participação de dois laureados com o Prémio Nobel da Literatura: a escritora e jornalista bielorrussa Svetlana Aleksiévitch e o autor sul-africano J. M. Coetzee.

Svetlana Aleksiévitch, vencedora do Prémio Nobel em 2015, estará em Óbidos no dia 11 de outubro, às 21h00. Conhecida pela sua escrita documental e humanista, é autora de obras como “Vozes de Chernobyl” e “A Guerra Não Tem Rosto de Mulher”.

No dia 17 de outubro, também às 21h00, será a vez de J. M. Coetzee, Nobel da Literatura em 2003, subir ao palco do festival. Com obras como “Desgraça”, “À Espera dos Bárbaros” e “A Vida e o Tempo de Michael K”, a sua participação é um dos momentos mais aguardados da programação.

No âmbito do FÓLIO Autores, a Tenda Literária vai receber ainda mais 29 escritores, entre os quais a norte-americana Anne Applebaum, o israelita Avi Shlaim, o espanhol Fernando Aramburu, o irlandês Paul Murray, a norte-americana Lionel Shriver e o francês Pierre Singaravélou.

No FÓLIO Mais cabem diálogos inesperados, leituras em lugares surpreendentes e iniciativas de parceiros diversos (editores, artistas, coletivos e instituições) onde literatura, ideias, ação e imaginação se cruzam para atravessar limites, abrir caminhos e reinventar sentidos. Além de conversas com autores nacionais e estrangeiros, haverá lugar ao lançamento de obras na Livraria Santiago como “Visceral”, de Maria Fernanda Ampuero (12 de outubro) e “Chuva de Jasmim”, de Shahd Wadi (19 de outubro).

Dentro desta curadoria, mas no Museu Abílio de Mattos e Silva, destaque para a apresentação do livro “Toda Fúria”, de Tom Farias (12 de outubro).

A 10.ª edição do FÓLIO alarga a presença a Lisboa, com uma programação em articulação com a Casa do Comum, o Instituto Cervantes de Lisboa e a Livraria Ler Devagar, com o FÓLIO Mais a levar à capital conversas, lançamentos, música e pensamento crítico com autores e autoras de referência da literatura contemporânea.

A edição 2025 do FÓLIO é um convite à reflexão sobre as fronteiras – físicas, políticas, culturais e simbólicas – que moldam o mundo contemporâneo. O festival reafirma-se como um espaço inclusivo e diverso, profundamente ligado ao território, e onde a literatura serve de ponto de partida para novas leituras da realidade.

Da responsabilidade da Fundação INATEL, um dos coorganizadores do evento, a FOLIA assume-se como a vertente musical do FÓLIO. Do jazz à filarmonia, do fado às sonoridades globais, o Palco INATEL, na Praça da Criatividade, recebe nomes como Expresso Transatlântico, Orquestra de Jazz de Leiria, A Cantadeira, Hélder Moutinho, O Gajo, Xuxu Kalhus e a Banda Filarmónica Obidense, prometendo momentos onde a música se junta à celebração literária.

Com uma vasta programação, o FÓLIO Educa regressa com grandes conversas, apresentações,

tertúlias, oficinas e espetáculos, cruzando a literatura e a educação. Para além das muitas iniciativas nas escolas, a Biblioteca Municipal de Óbidos, a Casa da Música, o Convento de São Miguel e a Óbidos Chocolate House recebem professores e alunos, autores, pensadores e investigadores que pretendem desafiar os presentes a quebrar as fronteiras.

Integrado no Educa, o FÓLIO Tec promove quatro conversas sobre Inovação, Inteligência Artificial, mercado editorial e narrativas transmídia. Os encontros decorrem nos dias 13 e 14 de outubro, na Tenda Vila Literária, e serão transmitidos em direto nas redes sociais do Parque Tecnológico de Óbidos.

Este ano, a exposição Flexágono apresenta obras de banda desenhada dos autores portugueses Jorge Coelho, Susa Monteiro, Daniel Silvestre da Silva, Tiago Baptista, Gonçalo Duarte, Rudolfo da Silva, e Beatriz Brajal. O FÓLIO BD, uma das vertentes do festival, inclui ainda uma antologia internacional dedicada à noção de fronteira e à luta política antifascista, filmes de animação, mesas redondas, e visitas guiadas com alguns dos artistas. O ponto de encontro é o Museu Abílio de Mattos e Silva.

Uma das novidades deste ano é, precisamente, a vertente Cinema, que garante a antestreia mundial de “Nora Helmer”, obra de João Lourenço e Nuno Neves inspirada na peça de teatro “A Casa de Bonecas”, do dramaturgo Henrik Ibsen. As exibições de filmes, a cargo do programador e crítico de cinema Rui Pedro Tendinha, terão lugar no Museu Municipal, com películas que resultam da adaptação de obras literárias ao cinema e contam com a presença dos cineastas, com os quais o público pode dialogar.

O FÓLIO, em parceria com a Audiogest, entidade promotora dos PLAY – Prémios da Música Portuguesa, apresenta este ano as PLAY Talks, um espaço de diálogo entre música e literatura. O programa inclui a conversa “Palavras e Música na Era Digital”, moderada por Inês Lopes Gonçalves, com Miguel Carretas, Pedro Abrunhosa e Rui Miguel Abreu, e a iniciativa “Anatomia de uma Canção: Quando a Música Encontra a Literatura”, em formato intimista, que junta a mesma moderadora a Bárbara Tinoco e Tiago Bettencourt, numa reflexão sobre o processo criativo das canções. Estas ações acontecem a 14 de outubro.

Além do espaço de sustentabilidade e do MyMachine, que disponibilizam oficinas para várias idades, o FÓLIO abre, este ano, uma área especialmente pensada para as crianças e famílias: o Espaço FÓLIO Baby, que será instalado na Praça de Táxis, na entrada da vila.

Um dos pontos altos do festival prende-se com a entrega do Prémio Literário Fernando Leite Couto. O livro de poesia “Costurar a Linguagem”, da autoria de Zacarias Nguenha, 31 anos, foi o vencedor da sétima edição, atribuído a 17 de julho, em Maputo, Moçambique. Professor de Língua Portuguesa, o autor apresenta a obra no dia 11 de outubro, pelas 15h00, no auditório da Casa da Música, ocasião em que receberá os prémios atribuídos pela Câmara Municipal de Óbidos e pela Câmara de Comércio Portugal Moçambique.

Organizado pelo Município de Óbidos, em parceria com a empresa municipal Óbidos Criativa, a Ler Devagar e a Fundação Inatel, o FÓLIO tem-se afirmado, desde 2015, como um dos mais relevantes festivais literários da Europa. Apenas interrompido em 2020 devido à pandemia, o evento tem crescido de forma sustentada, tanto em notoriedade como em impacto cultural e turístico.

A edição de 2024 recebeu mais de 100 mil visitantes, consolidando o FÓLIO como pilar estratégico da política cultural de Óbidos e como motor de desenvolvimento económico e visibilidade internacional da vila, reconhecida como Cidade Criativa da Literatura pela UNESCO.

Para celebrar e eternizar os 10 anos do evento, o Município procedeu à edição do livro comemorativo das 10 edições do FÓLIO, em cujas páginas se percorre e revisita alguns dos inúmeros momentos, rostos e imagens que marcaram as nove edições deste festival. A obra, apoiada pela Representação da Comissão Europeia em Portugal e com prefácio do Presidente da República, reflete a trajetória e o impacto do evento na promoção da Literatura e da Cultura em Portugal, reunindo também vozes de escritores, artistas e pensadores que passaram pelo festival. O livro será apresentado a 10 de outubro.

O programa completo da edição de 2025 está disponível em www.foliofestival.pt.