O caso aconteceu em fevereiro passado mas só foi anunciado na passada quarta-feira, tendo o tenista, de 30 anos, explicado o que se passou.
“Após algum tempo em silêncio, posso finalmente partilhar a experiência mais difícil da minha vida e da minha carreira. Fui inesperadamente envolvido num processo de controlo antidoping, depois de ter sido contaminado, de forma totalmente involuntária, por uma substância proibida presente num medicamento comum, Daflon 1000. Ingeri um medicamento completamente banal que, para meu azar, estava contaminado com uma substância proibida”, esclareceu.
Segundo descreveu, em janeiro, enquanto se encontrava em competição, viu-se confrontado com uma condição médica aguda, que exigiu rápido tratamento médico. “Para fazer face a esta condição consultei médicos especialistas, os quais me prescreveram um medicamento, tendo-me garantido que o mesmo não continha na sua composição química qualquer substância que fosse proibida nos termos dos regulamentos antidoping”, contou.
O medicamento em questão era o Daflon 1000mg, fabricado pelos laboratórios Servier. “Acontece que a caixa de Daflon que comprei e tomei para tratar a doença, estava contaminada com uma substância proibida, circunstância que estava, obviamente, totalmente fora do meu controlo”, indicou Frederico Silva. A trimezatidina era a substância proibida.
“Neste processo consegui demonstrar, sem qualquer dúvida, que se tratou de uma contaminação não intencional, da qual eu não podia ter tido qualquer conhecimento prévio, e que nada podia ter feito de diferente para evitar este azar. Foram semanas muito duras, mas contei sempre com o apoio incondicional da minha família, equipa, amigos e de todos os que me são próximos. Este suporte foi essencial para ultrapassar este processo”, comentou.
O caldense vincou que “agora ficou ainda mais claro para todos que a minha carreira sempre foi pautada pela honestidade e pelo fair play, valores que me acompanham desde que entrei no ténis e pelos quais sou reconhecido há muitos anos. Hoje posso finalmente voltar a olhar para a frente, de cabeça erguida, sabendo que a verdade prevaleceu.
Frederico Silva, conhecido como “Kiko”, destacou-se no circuito júnior ao vencer títulos de pares nos Grand Slams US Open (2012) e Roland Garros (2013), formando dupla com Kyle Edmund. Durante sua carreira juvenil, alcançou o ranking mundial nº 6. Como profissional, atingiu o melhor ranking de singulares em maio de 2021, alcançando a posição 168 do ranking ATP, e em duplas o 242º (em agosto de 2016).
Tem sido presença regular no circuito Challenger e participou no quadro principal do Australian Open em 2021. Foi campeão nacional absoluto de ténis em Portugal em 2024.










