A sessão de abertura contou com a apresentação de duas jovens do Gabinete da Juventude, que partilharam experiências em projetos, atividades e voluntariado, incluindo deslocações internacionais, incentivando os alunos presentes a inscreverem-se e a participar mais ativamente na vida cívica e comunitária.
A vereadora da Juventude e Educação, Conceição Henriques, abriu oficialmente o Youth Summit 2025, que encheu por completo o grande auditório do CCC com alunos, professores e direções dos agrupamentos escolares.
Um dos pontos centrais do seu discurso foi o Centro de Juventude das Caldas da Rainha, cuja obra está na reta final. Conceição Henriques recordou as diversas adversidades que marcaram o processo desde 2018: a necessidade de reabilitar o edifício, a paragem durante a pandemia, a falência do empreiteiro, concursos desertos e sucessivos atrasos. “Foi uma circunstância adversa que acabou por gerar algo positivo: a criação de um forte movimento de jovens voluntários que, com uma pequena equipa municipal, ergueram um projeto notável e reconhecido fora do concelho”, sublinhou.
Para a vereadora, esta experiência demonstrou que “os edifícios envelhecem, mas o capital humano nunca fica obsoleto”.
Destacou ainda o trabalho dos jovens na reabilitação de espaços, como o mural dedicado à União Europeia e a recuperação de um pequeno anfiteatro, como exemplos da força da juventude caldense.
Referindo-se ao tema deste ano, Conceição Henriques sublinhou que os jovens enfrentam um mundo marcado por guerras e tensões, mas também carregado de oportunidades para fazer a diferença. “A guerra existe dentro de cada um de nós e cabe-nos, enquanto sociedade, começar a trabalhar contra esses intuitos. Só através do respeito pelos outros podemos construir a paz”, frisou.
Dirigindo-se diretamente aos jovens disse que “não são apenas o futuro, são o presente. A idade adulta não começa aos 18 anos, começa na forma como pensam e participam. Cada um de vocês traz consigo uma riqueza infinda, o vosso cérebro, a vossa capacidade de pensar, aprender e transformar”, concluiu.
Também presente esteve Fernanda Brito, coordenadora da equipa multidisciplinar do Centro de Juventude de Lisboa, que alertou para os desafios da saúde mental e para a necessidade de combater fenómenos como o discurso de ódio, o bullying e o cyberbullying. Sublinhou a importância de programas do Instituto Português do Desporto e Juventude, como o “Cuida-te” ou o “Namorar com Fair Play”, que oferecem apoio gratuito e promovem relações saudáveis. Defendeu ainda que os espaços de juventude devem ser de cogestão, construídos “com e para os jovens”, como locais seguros onde possam propor ideias e desenvolver atividades em conjunto.
Catarina Caria, analista de Relações Internacionais do canal NOW, chamou a atenção para o peso da guerra na vida de todos, lembrando que, em 2024, cada cidadão português gastou em média dois mil euros para suportar os custos de defesa num mundo com dezenas de conflitos ativos. Sublinhou a resiliência do povo ucraniano, em particular das mulheres que vivem e combatem em condições extremas, e defendeu a urgência de “pagar o preço da paz em vez do preço da guerra”, deixando aos jovens o apelo para refletirem sobre o impacto real destes conflitos nas suas vidas.
O chefe de missão da Organização Internacional das Migrações em Portugal, Vasco Lapa, também participou na sessão.
O programa do Youth Summit 2025 inclui painéis temáticos, oficinas práticas, dinâmicas participativas, sessões de escuta ativa e momentos de criação colaborativa.










