Oito deles ficaram sujeitos a apresentações periódicas às autoridades policiais na sua área de residência duas vezes por semana, depois de terem sido ouvidos em primeiro interrogatório judicial.
Uma das mulheres detidas foi libertada para garantir os cuidados de dois bebés de cinco meses. Ficou notificada para comparecer voluntariamente no tribunal para primeiro interrogatório judicial e depois disso permaneceu em liberdade sem medidas de coação adicionais à constituição como arguida.
Três elementos do grupo não chegaram a ser ouvidos em tribunal e foram libertados, prosseguindo as diligências de inquérito.
Apenas um dos doze detidos não fazia parte da família dos envolvidos, que no total têm a seu cargo sete menores, obrigando a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Alenquer a entrar no processo para assegurar medidas de promoção dos direitos das crianças.
Ao todo são oito homens e quatro mulheres, com idades entre os 20 e os 56 anos. Alguns têm antecedentes por furtos e crimes contra o património. Estavam a ser investigados desde abril de 2024 por tráfico de estupefacientes, posse de arma proibida e associação criminosa. Os militares deram cumprimento a 28 mandados de busca, nomeadamente 11 domiciliárias e 17 em veículos, nos concelhos de Bombarral, Peniche, Lourinhã, Torres Vedras, Alenquer, Coruche e Cartaxo.
Foram apreendidas 500 doses de cocaína, para além de vários sacos de embalamento de produto estupefaciente e duas balanças digitais.
Uma arma de fogo carregada com seis munições, uma caçadeira, uma espingarda de ar comprimido, uma arma artesanal feita de madeira e pregos e 28 munições constam das apreensões, assim como nove automóveis, a maioria de topo de gama, 18 telemóveis, um LCD, um gorro passa-montanhas e 68.215 euros. A maior parte do dinheiro estava numa casa no concelho da Lourinhã.
No decorrer das diligências foram ainda elaborados dois autos de contraordenação pelo Núcleo de Proteção Ambiental de Torres Vedras, relacionados com falta de higiene de canídeos e ausência de registo de cobras junto do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
Foram ainda constituídos arguidos mais três homens, com idades entre os 19 e os 35 anos.
Esta ação contou com o reforço das valências de investigação criminal, territorial, ordem pública, cinotécnica e proteção da natureza e do ambiente dos Comandos Territoriais de Leiria, Santarém, Lisboa, Coimbra, Aveiro e Portalegre da GNR, bem como da Unidade de Intervenção.
O comandante do destacamento das Caldas da Rainha da GNR, capitão Rúben Rocha, revelou que “com a proporção dos bens apreendidos consideramos que este grupo já tinha alguma expressão” na zona do Oeste e Ribatejo. “Estes indivíduos dedicavam-se essencialmente ao tráfico de estupefacientes e tinham uma estrutura organizada que permitia atingir esse desiderato”, manifestou.
A operação da GNR decorreu sem incidentes e não houve necessidade de efetuar disparos. Atendendo à dispersão territorial onde ocorreram as buscas “foi preciso envolver um grande efetivo para conseguir atingir esse fim”, indicou.









