JORNAL DAS CALDAS: Quais são os principais destaques das comemorações do 111.º aniversário do concelho do Bombarral?

Ricardo Fernandes: Estas comemorações representam um momento alto de celebração da nossa identidade coletiva, da nossa história e das conquistas que temos sabido alcançar em conjunto. Mais do que um simples aniversário, esta data simboliza a vitalidade de um concelho que valoriza o passado, vive com intensidade o presente e projeta-se com confiança no futuro.

Iniciámos este ciclo comemorativo no início de junho, aproveitando o cenário idílico do recém-inaugurado Anfiteatro Municipal, situado no requalificado Palácio Gorjão, um espaço nobre que devolvemos à comunidade. Trata-se de uma obra emblemática, que concretiza mais uma promessa realizada deste executivo e que reflete o compromisso contínuo em valorizar o nosso património, tornando-o vivo, acessível e dinâmico.

Durante as festividades, o concelho recebe uma programação diversificada que inclui momentos culturais de grande qualidade com uma forte participação das nossas associações e coletividades e celebrações institucionais carregadas de simbolismo. Estes elementos são a expressão viva da coesão social e do dinamismo que caracterizam o Bombarral, onde a cultura, a tradição e a modernidade caminham lado a lado.

Este aniversário é, acima de tudo, a consagração de uma comunidade que sabe unir-se em torno de objetivos comuns, com um olhar firme sobre o futuro, mas com raízes bem assentes na sua identidade.

JC: As comemorações são também uma forma de afirmação do território?

RF: Sem dúvida. Este tem sido, e quero sublinhá-lo, o mandato da concretização, o mandato em que o Bombarral fez, realizou e cumpriu. Um ciclo que se afirma por obra feita e por compromissos cumpridos. O lema “O Bombarral faz” que estamos a lançar no município não é apenas uma frase feita ou decorativa, é o reflexo de uma atitude, responsabilidade e de uma cultura de ação.

Celebrar o nosso aniversário é afirmar, com orgulho, aquilo que somos e aquilo que queremos continuar a ser: um concelho com história, com visão e com capacidade de execução. Esta é uma terra que se concretiza em cada escola requalificada, em cada obra concluída, em cada espaço público que se torna mais acessível e funcional, em cada serviço público que se aproxima dos cidadãos. Este mandato, por exemplo, viu nascer a Loja de Cidadão na Rua do Comércio — um projeto estruturante que reforça a proximidade e concentração de vários serviços essenciais num único espaço. E irá ver agora a reabertura do Museu do Bombarral que servirá não apenas os residentes, mas todos os que visitem o nosso “Coração do Oeste”.

Cada uma destas medidas revela uma visão clara: facilitar a vida dos bombarralenses, combater as assimetrias territoriais e assegurar que a liberdade de escolha e de mobilidade é efetivamente garantida a todos.

JC: As sessões solenes comemorativas são sempre aproveitadas para um balanço do que tem sido feito neste mandato. Em síntese, o que foi concretizado e o que está por fazer?

RF: Como referi, este mandato ficará marcado como um tempo de realizações concretas e transformadoras.

Na saúde, enfrentámos de forma determinada a escassez de médicos — um problema de escala nacional, mas que no nosso município não foi ignorado. Assumimos um papel proativo e unimos esforços com a Santa Casa da Misericórdia e com o Ministério da Saúde para garantir a presença dos médicos que atualmente trabalham no Bombarral. Aprovámos um regulamento de incentivos aos médicos de medicina geral e familiar com apoios concretos (como habitação, isenção de custos com creches, entre outros) como forma de incentivar a sua fixação no concelho. Além disso, também cumprimos a nossa parte para a vinda do novo Hospital do Oeste: cedemos o terreno e impulsionámos a decisão política para a construção do novo hospital, um investimento de mais de 265 milhões de euros, que será determinante para mais de 300 mil habitantes.

Na habitação, lançámos o programa “Bombarral + Habitação”, investimos na aquisição de terrenos para construção de habitação a custos controlados. Um plano ambicioso, de cerca de 5,7 milhões de euros, que permitirá arrendamento mais acessível como forma de incentivo à fixação de famílias.

A mobilidade tem sido outra área de investimento territorial estratégico para a região Oeste e na qual o Município do Bombarral participou ativamente. Nomeadamente com a implementação do Passe M, um marco importante para a democratização das deslocações permitindo, no caso, que os bombarralenses, sobretudo os que se deslocam diariamente para estudar ou trabalhar fora do concelho, possam fazê-lo com maior facilidade e menor custo.

Mas este trabalho não é mérito de uma só pessoa, de apenas um presidente. É justo reconhecer o esforço coletivo dos colaboradores do Município, que com dedicação tornam possíveis estas conquistas, e da equipa de vereadores, Nuno Vicente, Fátima Coelho e Bruno Santos, pela sua entrega às áreas que tutelam e que têm dado provas de capacidade de trabalho, de proximidade às pessoas e de sentido de responsabilidade no exercício das suas funções.

É evidente que ainda há caminho a fazer. Continuamos empenhados em responder aos desafios e em concretizar projetos fundamentais para o futuro. Mas hoje, o Bombarral está mais preparado, mais estruturado e mais coeso do que estava em 2021, e claramente mais evoluído do que em 2017. Os resultados estão à vista e falam por si.

JC: Assunto recorrente, porque não resolvido ainda, é o Hospital do Oeste. Para o Município do Bombarral qual é o ponto da situação, que diligências tem desenvolvido e como acompanha a luta de quem não concorda com a reivindicação do Bombarral?

RF: A construção do Hospital do Oeste no Bombarral é uma causa que abraçámos com responsabilidade e com antecipação. Uma promessa devida há muito a mais de 300 mil pessoas do Oeste. Nós no Bombarral disponibilizámos o terreno da Quinta do Falcão, de 50 hectares, assegurando as condições técnicas e logísticas que sustentaram a decisão do Governo, ratificada pela Assembleia da República. O estudo da Universidade Nova, encomendado pela Oeste CIM, entidade que representa todos os municípios da região, foi claro ao assumir que a localização no Bombarral é a mais adequada em termos de centralidade, de acessibilidades e de dinâmica territorial.

Nós acompanhámos de perto cada passo, participámos no estudo, envolvemo-nos no debate e assumimos as nossas obrigações. Agora, aguardamos que o Governo cumpra o que já foi tecnicamente e politicamente decidido. O interesse público vai prevalecer, especialmente perante uma decisão que é científica e técnica, sem viés partidário. Este hospital não serve apenas o Bombarral, serve toda a região Oeste. E não aceitaremos recuos motivados por cálculos partidários. Continuaremos firmes, vigilantes e empenhados. Comigo as pessoas sabem com o que contam. Sabem que não cederei um milímetro e que as pessoas do Bombarral continuam em primeiro lugar.

JC: Num ano que termina o atual mandato, que mensagem pretende transmitir aos bombarralenses nestes dias de festa no concelho?

RF: É no Bombarral que vivemos, que criamos os nossos filhos, que partilhamos as alegrias e as dificuldades. O Bombarral tem talento, tem história e tem uma identidade coletiva forte. Este foi um mandato de concretizações, na requalificação de arruamentos, na habitação, na saúde, na educação, no desporto, na mobilidade, e no apoio às famílias, aos jovens e aos mais idosos. E estes resultados não são acasos, são fruto de trabalho sério e coletivo. Connosco os bombarralenses sabem que contam com trabalho sério, com realização e com visão.

Por fim, assumo mais uma vez o orgulho que tenho nas nossas gentes e a confiança que tenho no caminho que temos traçado juntos, com a certeza que continuaremos a fazer mais e melhor pela nossa terra, com mais oportunidades, com mais dignidade e com mais justiça social.