O Supremo Tribunal de Justiça reduziu para 23 anos a pena do homem que tinha sido condenado a 24 anos de prisão pelos crimes de homicídio qualificado do namorado e de ocultação de cadáver, ocorridos a 27 abril de 2023, no Cadaval.
Ficou assim confirmada, no essencial, a decisão de 1.ª instância, proferida pelo Juízo Central Criminal de Loures e do Tribunal da Relação de Lisboa, para o qual houve recurso, que tinham condenado o arguido na pena de 24 anos de prisão.
Valdene Mendes, de 47 anos, foi assassinado em Adão Lobo, no Cadaval, com três marretadas na cabeça. Luís Lopes, de 52 anos, foi o autor de um crime considerado “bárbaro e chocante”.
A vítima, de nacionalidade brasileira, que chegou a residir nas Caldas da Rainha e no Bombarral, e trabalhou no talho de um hipermercado no Cadaval, conheceu o arguido em 2007 quando este o ajudou a tratar do processo de legalização em Portugal, tal como fazia com outras pessoas.
Mantiveram uma relação amorosa durante mais de dez anos e em abril de 2023, a vítima, por se encontrar em situação económica débil, foi acolhido num quarto na casa de Luís Lopes. Já pedia dinheiro com frequência ao arguido para pagar a pensão de alimentos das duas filhas menores, a prestação do empréstimo do seu automóvel e despesas de alimentação, ameaçando terminar a relação se não o ajudasse.
Tendo em conta as pressões da vítima, o autor dos crimes foi-se convencendo cada vez mais de que o namorado apenas mantinha a relação para poder obter benefícios económicos e passou a desconfiar dele, controlando os seus movimentos.
Acabou por recusar ajudá-lo, levando a vítima a humilhá-lo, com ofensas verbais, o que o deixou revoltado.
Muniu-se de uma marreta e, enquanto Valdene Mendes dormia, desferiu-lhe com força pelo menos três pancadas na cabeça, causando-lhe várias lesões e hemorragia cerebral.
O homicida, por ter trabalhado como coveiro no cemitério do Cadaval e ter experiência no corte de cadáveres, desmembrou o corpo com serrotes para dele se desfazer de forma mais fácil.
O corpo foi colocado em sacos do lixo que transportou no seu veículo e que foram depois atirados para diferentes locais isolados em espaços florestais nas redondezas e inclusive numa habitação em ruínas na própria aldeia onde morava, só que numa zona de mato em Pero Moniz um popular descobriu um saco com parte do corpo. Alertada, a Polícia Judiciária começou a investigar o caso, encontrando depois mais sacos.
Três dias depois da descoberta do primeiro saco, a Polícia Judiciária deteve Luís Lopes.










