O Ministério Público diz que ao longo de sete anos de relacionamento amoroso a mulher sofreu maus-tratos físicos e psicológicos por parte do seu companheiro, que esta semana foi detido pelo Departamento de Investigação Criminal de Leiria da Polícia Judiciária por ter incendiado a casa onde viviam, no Imaginário, quando ela resolveu abandonar o lar.

De acordo com o Ministério Público, o homem utilizou um isqueiro para atear fogo “a um colchão num quarto, a um beliche noutro quarto e a um armário na sala, dando origem a três focos de incêndio que se propagaram ao restante recheio da habitação”, propriedade de um familiar da sua companheira. De seguida, dirigiu-se a um anexo e aproximou a chama do isqueiro a lenha ali armazenada e queimou essa divisão pertencente à casa.

O incêndio foi combatido por nove operacionais e duas viaturas dos bombeiros voluntários das Caldas da Rainha pelas 04h17 da manhã de 10 de abril deste ano, provocando “significativos prejuízos materiais, que só não tiveram consequências mais graves, face à pronta intervenção dos bombeiros e de alguns moradores”, adianta a Polícia Judiciária.

“A prática dos crimes em causa terá sido motivada por vingança pelo súbito abandono do lar por parte da companheira, que se refugiou na casa de uma vizinha e, depois, foi acolhida numa instituição de apoio”, refere a Polícia Judiciária, indicando que o homem estava alcoolizado.

Segundo o Ministério Público, desde o início do relacionamento amoroso, em 2018, o homem agredia e injuriava a sua companheira, “ofendendo a sua honra e causando-lhe lesões e sofrimento”.

O detido tem antecedentes criminais homicídio na forma tentada com arma branca, detenção por roubo, e tráfico e consumo de estupefacientes, e está agora indiciado da prática de dois crimes de incêndio urbano e um crime de violência doméstica.

No dia 18 de junho o Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal de Caldas da Rainha apresentou-o primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Leiria.

Verificando-se a existência de perigo de continuação de atividade criminosa e perturbação da ordem e tranquilidade públicas, foi determinado que o arguido aguardasse o desenvolvimento do processo sujeito a prisão preventiva.