“É uma verdade que se registaram danos pelos atos de furto e vandalismo praticados em determinados pontos da via, mas, a maior verdade – e que a IP não assume – é a de que esta obra já deveria estar pronta há dois anos e não está, por sua responsabilidade e não de outros de identidade incerta”, refere a comissão em comunicado.
A obra de modernização da Linha do Oeste envolve no seu projeto, entre outros aspetos, a eletrificação da linha, a automatização de agulhas e sinalização, a eliminação de diversas passagens de nível, a correção do traçado e a sua duplicação nalguns quilómetros. Está prevista ainda a introdução na circulação de comboios elétricos.
“Entre o projeto e aquilo que temos presentemente, vai ainda uma significativa diferença. Os comboios a diesel vão manter-se em circulação até 2026, se não houver novo atraso. Porquê?”, questiona Rui Raposo, da comissão.
No seu entender, “a IP não construiu atempadamente a subestação elétrica de Runa que deverá alimentar de energia elétrica o troço entre Meleças e Caldas da Rainha. Só será possível fazer circular comboios elétricos entre Meleças e Malveira, alimentando a linha a partir da Amadora”.
A comissão refere ainda que a partir de 2 de março, data anunciada pela IP para a reposição da circulação na totalidade da Linha do Oeste, “as condições são as que existiam antes da obra, com exceção da renovação da via (e não está feita na totalidade do troço a sul das Caldas da Rainha, já que não houve qualquer intervenção entre Sapataria e Runa)”.
Embora estejam instaladas, a sinalização e agulhas automáticas “não funcionam, bem como a energia elétrica, apesar da catenária colocada”.
Na opinião da comissão, para os utentes a situação de conforto não melhorou, “tendo em conta os ridículos abrigos instalados nas plataformas que não servem de abrigo em tempo de verão ou de inverno, nem para cães ou gatos, muito menos para humanos”.
A comissão considera que a IP deveria apresentar desculpas aos utentes da Linha do Oeste e à população “pelos reiterados atrasos na conclusão desta obra de modernização deste importante eixo ferroviário, considerando os prejuízos económicos, sociais e ambientais que tem causado”.









