A delegação funchalense, liderada pela vereadora Nádia Coelho, foi recebida nos Paços do Concelho pelo presidente da Câmara Municipal do Cadaval, Ricardo Pinteus, pelo vice-presidente, Dinis Duarte, pela vereadora, Délia Fialho, e pelo presidente da Assembleia Municipal, Rui Soares.

Ricardo Pinteus sublinhou a importância do encontro, partilhando o desejo de que a parceria avance e realçando as mais-valias que da mesma podem advir. “Acredito que esta cooperação possa dar origem a uma rede de territórios que beneficie muito com a valorização deste património”, vincou.

O primeiro olhar da comitiva sobre a Serra de Montejunto foi através do documentário “Paisagem Protegida da Serra de Montejunto: Uma Ilha de Biodiversidade”, abrindo portas à curiosidade sobre este miradouro natural. Do ecrã para a realidade, a delegação funchalense teve oportunidade de conhecer a riqueza paisagística e histórica da Serra do Montejunto. O ponto alto do périplo foi a visita à Real Fábrica do Gelo, com uma paragem na Capela de Nossa Senhora das Neves, local de romarias pelo menos desde os tempos medievais.

A visita ao Cadaval sucedeu ao encontro realizado, no dia 6 de fevereiro, no Município de Castanheira de Pera. A receção, que contou com a presença do vice-presidente do Cadaval, incluiu a subida ao Santo António da Neve e uma visita ao Núcleo Museológico “A Casa do Neveiro”, no Coentral.

A Rota do Neveiro é um protocolo firmado entre os Municípios do Cadaval e de Castanheira de Pera no sentido de unir uma herança histórica comum relacionada com a produção, armazenamento e distribuição de gelo levadas a cabo por comunidades com o ofício de neveiros. Esta herança materializa-se num património com caraterísticas únicas como a Real Fábrica do Gelo, no Cadaval, e os Poços de Neve e a Capela de Santo António, em Castanheira de Pera.

Na Madeira, o Poço da Neve é um dos ícones do património cultural. Situado a 1600 metros de altitude, o reservatório foi concebido para armazenar o gelo proveniente da neve e do granizo, mantendo a temperatura baixa durante o inverno. O gelo era depois utilizado na produção de gelados e para abastecer hotéis e hospitais nos meses quentes de verão.

Com esta perspetiva de futuro alargamento, a Rota do Neveiro pretende afirmar-se como um projeto estratégico de cooperação intermunicipal, promovendo o conhecimento e a preservação das tradições ligadas à história do gelo em Portugal.