José Cid, de 82 anos, recordou a sua presença nas Caldas, onde teve a oportunidade de cantar e assistir a espetáculos no antigo casino. Durante a conversa, o cantor falou também de um momento marcante na sua vida desportiva. Em 1992, participou no Campeonato Nacional de Salto em Altura a Cavalo nas Caldas, que classificou como a “maior proeza desportiva” da sua vida. Na competição, o cantor e o seu cavalo terminaram em 2.º lugar, saltando 2,10 metros.

Apaixonado pela obra de Rafael Bordalo Pinheiro, José Cid foi presenteado pelos autarcas com a obra gráfica “Quase Todo o Bordallo”, de Isabel Castanheira e com design de Jorge Silva. A autarquia também lhe ofereceu uma peça de cerâmica que representa uma das criações mais icónicas de Bordalo Pinheiro: a couve, símbolo da tradição artística da região. O cantor recebeu ainda um livro de fotografia intitulado 99, da autoria de Vasco Trancoso.

O presidente da Junta de Freguesia da Foz do Arelho, Fernando Sousa, também esteve presente e fez questão de oferecer ao cantor um licor da Foz, representando a imagem da freguesia, “Foz(ge) Comigo”.

O cantor, acompanhado pela sua esposa, Gabriela Carrascalão, veio à região Oeste participar num concerto privado nas Gaeiras para os funcionários do Grupo Rolo – Confeitaria e Pastelaria Ultracongelada. A cantar com ele esteve também Mário Mata. Também participou numa entrevista na 91 FM com João Carlos Costa.

Antes do espetáculo, José Cid aceitou o convite do presidente da Câmara das Caldas, que expressou o seu agradecimento pela disponibilidade do artista vir ao concelho.

Vitor Marques revelou que há vontade de que José Cid venha brevemente às Caldas para realizar um espetáculo.

O cantor compartilhou várias histórias sobre sua ligação à região, mencionando que o seu cunhado era de Alcobaça e que costumava frequentar a região. Além disso, revelou que, quando jovem, passava bastante tempo em São Martinho do Porto.

José Cid revelou ser um grande admirador de Rafael Bordalo Pinheiro, a quem considera um “génio absoluto”, destacando a sua originalidade como o grande segredo do sucesso do artista. O cantor recordou, ainda, uma história pessoal envolvendo a sua tia, que vivia em Anadia. Certa vez, ao visitar a sua casa, reparou que, em vez de exibir uma peça de cerâmica na sala, ela tinha um grande peru de Bordalo Pinheiro na cozinha, onde guardava velas e fósforos. José Cid, admirado com a peça, ofereceu-lhe uma peça de prata antiga e mais valiosa em troca do peru, mas a tia recusou.

O cantor contou que o tempo passou, e a história foi divulgada publicamente. Foi então que a “Vista Alegre”, ao tomar conhecimento da história através de um jornal, decidiu presenteá-lo com um peru de Bordalo Pinheiro idêntico ao que a sua tia tinha. Um ou dois anos depois, a marca contactou-o para agradecer, explicando que haviam vendido dezenas de perus com a história associada.

José Cid cantou no dia 4 de outubro no Festival das Adiafas, em Vidais, mas, devido à chuva, o cantor manifestou o desejo de retornar à freguesia para realizar um novo concerto, desta vez de caráter solidário. Afirmou que não receberá cachê e que todas as receitas do evento serão destinadas aos Bombeiros Voluntários das Caldas, em apoio à causa.

Quanto à música, o cantor afirma que gosta de fado e jazz, e, embora reconheça que há muitos oportunistas, destaca que existem muitos artistas que cantam bem. Considera que a música popular é um dos maiores problemas em Portugal, pois “muitos se afirmam como cantores de música popular, mas não o são de facto”. “Muitos desses artistas recorrem a playback, com bailarinas e bailarinos ao fundo e deveríamos sentir vergonha como portugueses diante desse cenário”, manifestou.

Gabriela Carrascalão aproveitou a oportunidade para criticar os concursos de talentos musicais. Em vez de promover a música portuguesa, ela observa que os jovens são incentivados a cantar músicas em inglês. Mencionou também a sua experiência na Austrália, onde, durante um concerto de José Cid, foi necessário incluir artistas locais australianos no evento. Lamentou que em Portugal isso não aconteça e que o país não proteja os seus músicos.

A vereadora Conceição Henriques revelou que, no dia 25 de Abril, A Garota Não vai dar um concerto nas Caldas.