Convocada pelo CESP – Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, a greve nacional dos trabalhadores das Misericórdias visou reivindicar a celebração de um CCT que valorize as funções desempenhadas, as carreiras profissionais e a antiguidade.
“Os trabalhadores das Misericórdias estão em greve com três reivindicações: A aplicação da lei que permite o pagamento das diuturnidades, contando com o tempo geral de serviço, a negociação séria do CCT, com uma proposta que venha da União das Misercórdias Portuguesas, e também o aumento dos salários, justo e que faça face à perda do poder de compra que se tem sentido nos últimos anos”, relatou Catarina Fachadas, dirigente sindical do CESP.
“O CESP não aceitou assinar o CCT porque não foi uma negociação, mas sim uma imposição. Para ser uma negociação tem de haver uma proposta e uma contra-proposta”, sustentou.
“Não aceitamos que os provedores continuem a fazer caridade e misericórdia à custa dos baixos salários e da desvalorização profissional de todos os trabalhadores do setor”, manifestou o sindicato.
No caso da Misericórdia das Caldas da Rainha, a provedora local reconheceu que os trabalhadores “têm direito à reivindicação”, porque “os salários não são elevados”. Contudo, com os 145 funcionários são gastos dois milhões e meio de euros por ano, e as receitas “não permitem mais”, argumentou.
Mas os trabalhadores contestam o valor que recebem de salário. “Eu trabalho há dezoito anos nesta casa e ganho o ordenado mínimo. É uma vergonha. Se trabalho nesta casa é por amor à camisola. Se for pelo ordenado passo fome”, declarou Ana Margarida, delegada sindical na Misericórdia das Caldas da Rainha.
Quanto aos efeitos da paralisação, a provedora disse que nas Caldas da Rainha “foram muito diminutos”. “Todos os serviços estão a funcionar”, garantiu, adiantando que apenas uma funcionária aderiu à greve.
0 Comentários