A ópera-tango “María de Buenos Aires” abriu, na passada sexta-feira, na Praça da Criatividade, em Óbidos, a edição de 2024 do Festival de Ópera de Óbidos (FOO) e não deixou o público indiferente. O espetáculo teatral/musical, da autoria de Astor Piazzolla, com libreto do poeta uruguaio-argentino Horacio Ferrer, teve direito a casa cheia e uma ovação de pé, sendo repetido dois dias depois no mesmo local.
Um espetáculo ao ritmo do tango que juntou várias artes, incluindo a multimédia, contando-nos uma história com a sua heroína a enfrentar um destino trágico e poético, simbolizando a luta, a paixão e a resiliência feminina.
No sábado houve a estreia absoluta de “O Último Canto – Camões e o Destino”, de César Viana, que subiu ao palco montado no Convento de São Miguel, nas Gaeiras.Com adaptação livre da tradução portuguesa do poema dramático “Camões”, de Vassili Jukovski, por Larysa Shotropa e João Lourenço, e poemas de Luís Vaz de Camões, o espetáculo assinalou os 500 anos do nascimento do mais celebrado poeta português. Este trabalho foi uma encomenda ao compositor César Viana, professor no Instituto Superior Katarina Gurskaya (Madrid) e antigo membro da direção do Teatro de São Carlos (Lisboa).
O segundo fim de semana do Festival de Ópera de Óbidos reserva a grande produção da edição deste ano, “A Filha do Regimento”, de Gaetano Donizetti, com libreto de Jules-Henri Vernoy de Saint-Georges e Jean-François Alfred Bayard. Com encenação de Jorge Balça e com a soprano Beatriz Maia como protagonista, o espetáculo, dirigido por Osvaldo Ferreira (Orquestra Filarmónica Portuguesa), sobe ao palco montado no Convento de São Miguel no dia 13 de setembro, às 21h00, com nova récita no dia 15 de setembro, às 17h00. Uma comédia vibrante, onde a protagonista — uma jovem criada por um regimento de soldados — desafia as convenções sociais com a sua vivacidade e independência.
A 14 de setembro, a partir das 21h00, é apresentada uma gala de homenagem a Giacomo Puccini no centenário da sua morte (1858–1924). Serão interpretadas célebres árias de óperas como La Bohème, Tosca e Madama Butterfly, melodias reconhecidas das obras-primas de Puccini. A gala terá lugar num recinto ao ar livre, nos Olhos d’ Água, no Olho Marinho, a partir das 21h00, com direção musical de Osvaldo Ferreira e a participação da soprano Susana Gaspar e do tenor Luís Gomes.
Após um longo interregno deste evento implementado entre 2004 e 2011, o Festival de Ópera de Óbidos ressurgiu em 2023, numa organização da ABA – Banda de Alcobaça Associação de Artes, em parceria estratégica com o Município de Óbidos, com o apoio da República Portuguesa – Cultura / Direção Geral das Artes.
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