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Rio de São Domingos “pintado” de verde

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Afonso Castanheira, da Associação Mestres do Oceano, alertou para a existência de um “bloom” de microalgas no Rio de São Domingos, em Peniche, aparentemente causado pelos campos agrícolas e pelo gado, tendo sido contactadas várias entidades, como a Quercus e a Águas de Portugal, para apurar a origem e tipo de material.
Existência de um “bloom” de microalgas no rio

Afonso Castanheira, da Associação Mestres do Oceano, alertou para a existência de um “bloom” de microalgas no Rio de São Domingos, em Peniche, aparentemente causado pelos campos agrícolas e pelo gado, tendo sido contactadas várias entidades, como a Quercus e a Águas de Portugal, para apurar a origem e tipo de material.

“É caraterizado pela abundância de nutrientes na água, principalmente azoto e fósforo, e a presença de condições de calor e luminosidade ideais, que levam à proliferação anormal destes microorganismos (cianobactérias e outras). Estes “blooms” tóxicos têm consequências ímpares para os ecossistemas onde ocorrem, pois, durante o processo de decomposição, consomem o oxigénio disponível na água, criando uma “dead zone”, impossível para a sobrevivência da vida aquática na área afetada”, refere Afonso Castanheira.

“Apesar dos “blooms” poderem acontecer de forma natural, são raros. Por isso, na maioria dos casos, são associados aos impactos da atividade humana, como águas extremamente poluídas e fenómenos de eutrofização, consequentes de descargas residuais urbanas, quando não devidamente tratadas pelas estações de tratamento de águas residuais (ETAR’s) responsáveis, mas também devido à lixiviação de solos agrícolas e escorrências de fertilizantes que se acumulam, durante anos, no fundo de albufeiras e ribeiras. Além destes motivos, também descargas industriais não controladas, como de instalações de produção animal, poderão ser um factor de desequilíbrio, por enriquecimento excessivo de nutrientes, nos cursos de água onde estes “blooms” se dão”, adianta.

Neste caso, o bloom aconteceu no Rio de São Domingos, sendo que, para compreender melhor as motivações e factores que favorecessem este evento, “fomos seguir o rasto verde desde o fim do curso de água, na praia do Molhe Leste, onde foi notado pela primeira vez, até à Albufeira de São Domingos”. Chegou-se à conclusão que “entre a albufeira e a ETAR não foram visíveis quaisquer anomalias na água, apenas na segunda metade da ribeira, onde a mesma passa por vários campos agrícolas e propriedades de produção animal”.

“Segundo os locais, é comum isto acontecer”, sublinhou Afonso Castanheira.

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