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Eduardo Malta

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Escaparate Eduardo Augusto d’Oliveira Morais Melo Jorge Malta nasceu no Largo de São João, freguesia de São Martinho, Covilhã, no dia 28 de outubro de 1900, e é um dos nomes incontornáveis da cultura portuguesa. O seu pai (proprietário de uma floricultura) gostaria que o filho estudasse medicina, todavia, o vizinho, o célebre pintor António […]

Escaparate

Eduardo Augusto d’Oliveira Morais Melo Jorge Malta nasceu no Largo de São João, freguesia de São Martinho, Covilhã, no dia 28 de outubro de 1900, e é um dos nomes incontornáveis da cultura portuguesa.

O seu pai (proprietário de uma floricultura) gostaria que o filho estudasse medicina, todavia, o vizinho, o célebre pintor António Cândido da Cunha (1866-1926), percebendo o talento precoce do menino para a pintura – que desde os 4 anos de idade apresentava excecionais qualidades – convenceu-o a encaminhar a criança, com apenas 10 anos de idade, para a Escola de Belas-Artes do Porto.

Nessa Casa do Saber permaneceu por sete anos (1910-1907), sendo aluno, entre outros, do mestre Marques Oliveira (1853-1927).

Enquanto estudante, Eduardo Malta foi laureado com inúmeros galardões, porém, a sua vocação levou-o a conquistar, já na fase adulta, entre outros, três de grande prestígio, o Prémio Columbano, a Primeira Medalha da Sociedade Nacional de Belas Artes e a Medalha de Ouro da Exposição Internacional de Paris.

A sua carreira artística, com o passar dos anos, voltou-se, também, para a escrita. São da sua autoria os títulos: No mundo dos homens, Montanhas Russas, Do meu ofício de pintor, Vários motivos de arte, O Papagaio Azul, Retratos e Retratados (publicado no Brasil, pela editora A Noite), Nuno Gonçalves e algumas características da Escola Portuguesa da Pintura e Estrangeiros sobre Portugal.

Como ilustrador tem o seu nome ligado a inúmeros livros, jornais e revistas, (podemos encontra-lo, também, sob o pseudónimo Pápusse), contudo, foi como retratista que granjeou fama, inclusive internacional. Do seu cavalete saíram, aproximadamente, um milhar de estampas.

No ano de 1958, a 31 de maio, foi constituído Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada. No ano seguinte, e até 1967, assumiu a direção do Museu Nacional de Arte Contemporânea. Foi membro efetivo da Academia Nacional de Belas Artes e correspondente da Real Academia de Bellas Artes San Fernando (Madrid).

Podemos encontrar em dissemelhantes museus, e coleções particulares, inúmeros retratos, tanto de pessoas das mais diversas profissões quanto de personalidades da cultura, da política, etc. Deparamo-nos, por exemplo, com pinturas que representam, Teixeira de Pascoaes (1877-1952), Aquilino Ribeiro (1885-1963), Amália Rodrigues (1920-1999), Francisco Craveiro Lopes (1894-1964), Cardeal Manuel Gonçalves Cerejeira (1888-1977), António de Oliveira Salazar (1889-1970), do ditador Getúlio Vargas (1882-1954) e do banqueiro e economista Ricardo Ribeiro do Espírito Santo Silva (1900-1955).

As suas exposições, entre elas, Lisboa, Madrid, Paris, Londres e Rio de Janeiro, deram-lhe fama incondicional. Chegou a efetuar inúmeras conferências e foi cronista em diversos programas de rádio. Um artista multifacetado.

Alcançando os 60 anos de idade adquiriu, em hasta pública, o Solar dos Brito Pegado, no centro da Vila de Óbidos. Um belo espécime arquitetónico, de estilo maneirista, com laivos barrocos. Um palácio de elevada importância histórica e cultural, que chegou a receber, inclusive, no devido tempo, a Rainha D. Maria I (1734-1816) e o Rei consorte D. Pedro III (1717-1786). Na sua fachada, além da pedra de armas da família Brito Pegado, podemos ver duas lousas, uma em português vernáculo e outra em latim, comemorativas da estadia desses monarcas no ano de 1782.

Foi ali, na sua residência de férias, que, a 30 de maio de 1967, Eduardo Malta faleceu. Teixeira de Pascoaes referia-se à sua obra pictórica dizendo: “Os retratos de Eduardo Malta vivem carnal e espiritualmente”.

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