A AIRO apresentou a última análise do impacto económico da Covid-19 nas empresas da região Oeste. Com o objetivo de analisar a realidade empresarial no primeiro trimestre deste ano foi realizado um questionário entre os dias 24 de março e 12 de abril, tendo sido validadas 82 respostas de empresários.
A maioria das empresas (68%) respondeu ter mantido constante o número de trabalhadores. 5% das empresas reduziram o número de colaboradores, enquanto 15% dos questionados já haviam reduzido anteriormente. 11% das empresas inquiridas registaram um aumento do número de colaboradores. Por fim, 1% suspenderam colaboradores em fim de contrato.
A maioria das empresas (73%) afirma a sua intenção de manter o número de colaboradores, 22% têm intenção de aumentar e 5% de reduzir.
Das empresas com atividade empresarial suspensa ou em lay-off, 61% pensa retomar atividade até ao verão, 3% até ao final do ano, 34% não tem ainda previsões e 2% já não irá reabrir.
A maioria das empresas sofreu uma diminuição do seu volume de negócios normal. 20% diminuiu em mais de 80%, 12% registam uma queda de negócio entre os 60% e os 80%, 12% entre os 40% a 60%, 15% com diminuição a rondar os 20% a 40%, e 7% sofreram diminuições na ordem dos 20% ou menos.
18% indicam não ter diminuído o seu volume de negócios e 6% aumentou o volume de negócios em 20%.
35% das empresas estimam recuperar até 20% dos seus volumes de negócios. 18% dos empresários têm a esperança de uma recuperação na ordem entre os 20% e 40% de volume de negócios, sendo que 16% dos inquiridos aponta para uma recuperação entre os 40% e os 60%. 3% das empresas estimam uma recuperação de negócios entre os 60% e os 80%.
No lado oposto encontram-se 20% dos empresários que estimam que o volume de negócios das suas empresas se mantenha constante e não sofra alterações.
Face ao cenário atual 42% dos inquiridos apontam para que a sua atividade empresarial volte à normalidade dentro de 12 a 24 meses, 23% apontam para uma retoma da normalidade dentro de 3 meses, já 15% dos empresários apontam para um período de seis meses até à normalidade e 12% para um período de mais de 24 meses. Com um pensamento menos positivo encontram-se 7%, que perspetivam que não existirá uma retoma da normalidade.
Numa situação de desconfinamento gradual face à pandemia, 38% dos empresários classificam o encerramento das suas atividades como um risco baixo, 34% risco moderado e 15% risco elevado. Apenas 13% consideram o risco de encerramento como nulo.
Assiste-se a uma melhoria nas perspetivas das empresas, pois destaca-se um aumento considerável de respostas que apontam risco baixo de 24% no último inquérito para 38% atualmente, baixando de 37% para 15% os que consideram o risco elevado, o que revela um aumento de confiança no atual plano de desconfinamento e no futuro da situação pandémica.
Relativamente ao combate à crise, a maioria dos empresários (57%) encontra-se “pouco confiante” relativamente às medidas de apoio que foram disponibilizadas. Numa situação de maior desconfiança encontram-se 25% dos empresários, dado afirmarem estar “nada confiantes”. Apenas 18% afirmam estar “confiantes” com as medidas disponibilizadas, representando assim uma minoria das respostas.
72% das empresas responderam não vir a ser necessário recorrerem a lay-off futuramente. 28% afirmam essa necessidade.
A maioria das empresas, nomeadamente 67%, afirmam possuir sustentabilidade financeira nos meses que se avizinham, mas 33% não.
Face ao período de verão que se avizinha e que normalmente é dos períodos do ano mais produtivos para o tecido empresarial do Oeste, é considerada pela maioria das empresas como uma oportunidade de aumento de produção/faturação, nomeadamente por 73%, ao contrário das restantes 27%.
Perante a necessidade de desenvolver soluções alternativas e estratégicas, as três alternativas mais vezes assinaladas pelos inquiridos recaíram sobre as redes sociais, negócio digital (e-commerce) e novos produtos/serviço adaptado.
Questionados acerca de medidas que deveriam ser implementadas a nível local de forma a apoiar a atividade económica, as respostas mais vezes obtidas foram estruturas de apoio a empresas, agilização de procedimentos burocráticos municipais, campanhas de marketing e comunicação, realização de eventos ou de ações de visibilidade, e incentivos ao consumo de comércio local.
“Verificamos um contraste face ao inquérito realizado anteriormente, em janeiro, aquando do novo confinamento geral e do agravar da situação pandémica, assistindo a uma melhoria das perspetivas e da confiança que os empresários da região possuem. Em variados indicadores podemos registar esta fase mais positiva. A maior positividade registada é influenciada pelo desconfinamento faseado que estamos a vivenciar e pela melhoria da situação pandémica em Portugal, tal como pelo aproximar do verão, período pelo qual a maioria dos empresários inquiridos afirmou esperar que possa ser uma oportunidade de aumento de faturação”, refere a AIRO.
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