Este ano, “vive-se uma nova realidade nas praias devido à pandemia de Covid-19”, sublinhou João Coutinho, um dos dez nadadores salvadores, que uma semana antes do arranque oficial da época já estava responsável pela vigilância da baía, que tem capacidade para receber em simultâneo 5.200 pessoas na zona norte, e 1.000 na zona sul. Apesar de a abertura ter ocorrido antes do previsto, o vigilante sublinhou que “só nos últimos dias notou-se uma maior afluência de banhistas na praia”.
Igualmente referiu que “as pessoas começam a regressar à praia para as habituais caminhadas e brincadeiras à beira-mar, mas ainda mostram-se receosas com a convivência em grupo”.
Além de tentarem cumprir ao “máximo as regras de segurança estipuladas pela Direção-Geral da Saúde (DGS) para a frequência das praias neste verão” e o devido distanciamento social de, pelo menos, um metro e meio entre diferentes grupos, os banhistas fazem questão de identificar o seu espaço. “Como às vezes andamos de posto em posto, nota-se que existem quadrados desenhados no areal à volta dos toldos ou guarda-sóis, mesmo para evitar uma possível aproximação de pessoas”, explicou João Coutinho, adiantando que “todos os dias de manhã nós também definimos uma área à volta do nosso posto, mesmo para as pessoas respeitarem o distanciamento”.
Na água, o vigilante também sublinhou que “as pessoas fazem questão de distanciar-se de outros banhistas e evitam grandes ajuntamentos”.
No que diz respeito aos nadadores-salvadores, que vão estar nas praias para prevenir afogamentos e prestar primeiros socorros às pessoas, as regras também mudaram.
Segundo Paulo Ramalho e Pedro Rocha, também eles responsáveis pela vigilância da baia, “existem alguns procedimentos que vamos ter de adotar durante a época balnear face à pandemia”. Trata-se de “questões muito técnicas” relacionadas com a abordagem e o salvamento, em que, por exemplo, “o nadador-salvador deve tentar salvar sem entrar na água, utilizando equipamentos”, como forma de prevenção.
No entanto, em caso de necessidade ou se a pessoa já estiver inconsciente, deve-se “abordar o náufrago pelas costas e nunca pela frente”. Além disso “não temos de estar sempre com máscara”, só em caso de abordagem é que se deve equipar com os equipamentos de proteção individual (luvas, máscara e viseira), ou seja, “é tudo novo este ano, nunca passámos por isto, vamos ver como corre”.
Para os três dos dez vigilantes, que permanecerão no espaço até 13 de setembro, “até à data, tudo tem corrido dentro da normalidade, sem ajuntamentos e com a máxima segurança possível, não quer isso dizer que vá acontecer o mesmo em agosto, mês que normalmente tem um maior movimento aqui em São Martinho”.
Não só estavam a postos os nadadores-salvadores, mas também as concessões da praia reabriram antes da abertura da época balnear. É caso da concessão do “Bar do Areal”, que reabriu portas no passado dia 6 e com novas medidas no aluguer das barracas ou toldos, que até data “não foram alugados por ninguém”. “O facto das barracas só puderem ser alugadas de manhã até às 13h30 ou à tarde, a partir das 14h00, com máximo de cinco pessoas por cada uma destas estruturas, fez com que os clientes habituais, que normalmente deixam reservas de uma ano para o outro, ainda não quisessem alugar”, sublinhou Patrícia Duarte, proprietária da concessão.
Este ano e devido à situação de Covid-19, a empresária colocou menos 95 barracas no areal de São Martinho do Porto, o que “vai acabar por prejudicar o negócio”. Apesar disso, e da diminuição do número de mesas no estabelecimento, “o bom tempo nos últimos dias tem feito com que o negócio corra melhor”.
Os desportos náuticos e ao uso das gaivotas também voltam a marcar presença na baía, “com todas as medidas de segurança e higiene impostas pela DGS”, garante a empresa “Gaivotas São Martinho do Porto”, que detém duas concessões no areal.
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