A Rodoviária do Tejo, Rodoviária do Lis e Rodoviária do Oeste, que fazem parte do grupo, afirmam que na condição de entidade operadora de serviço público de transporte de passageiros, têm-se pautado “por uma postura de rigor e proatividade tendo, de forma imediata, implementado todos os procedimentos e medidas decretadas pela Direção-Geral de Saúde, visando a proteção de trabalhadores e passageiros, nas viaturas, nos terminais e instalações”.
Nestas medidas destacam-se a entrada pela porta traseira sem validação e compra a bordo, a redução da lotação admissível a um terço em todas as viaturas, o reforço da limpeza dos espaços comuns e viaturas com produtos adequados à situação de pandemia e com soluções de isolamento do posto de trabalho dos motoristas, tudo em articulação com as diversas autoridades e em prol do retorno à normalidade logo que possível.
A empresa avançou também com a disponibilização da sua app mobile Moov-u a todos os serviços interurbanos, o que permitirá maximizar a acessibilidade na aquisição de títulos de transporte pelos passageiros, que dessa forma não têm necessidade de se deslocarem às bilheteiras, nem efetuarem a compra a bordo.
Para além destas ações, a empresa afirma que tem-se mostrado “disponível na partilha de soluções alternativas junto das autoridades de transporte, no sentido de promover redes de serviços de transporte essenciais, assegurando a mobilidade a hospitais, bombeiros, serviços públicos, correios, zonas industriais e comerciais, entre outros”.
Neste sentido, para garantir a sustentabilidade do setor e assegurar a manutenção de todos os postos de trabalho, é defendida “a necessidade do desenvolvimento de mecanismos que promovam a sustentabilidade das empresas que operam serviços de transporte público”.
Em primeiro lugar, na perspetiva de tesouraria, “é fundamental que as entidades públicas procedam, de imediato, ao pagamento das suas dívidas, que ascendem aos dois milhões de euros”.
No contexto de “medidas excecionais e temporárias”, o que é pretendido é que “a parte pública assuma a sua responsabilidade, ou seja, efetive mecanismos que garantam a sustentabilidade destas empresas, de forma a permitir a disponibilização dos serviços essenciais”.
“É essencial reconhecer que o estado de inatividade dos recursos afetos às obrigações de serviço público implica custos muito elevados, com custos fixos que representam mais de 50% da totalidade, o que atualmente compromete a sustentabilidade das empresas que operam serviços de transporte público”, frisa o grupo, que faz notar que “a manutenção dos postos de trabalho é uma determinação destas empresas, quer pelo aspeto social que representa, quer pela importância que terão no momento em que a sociedade recomece gradualmente a sua atividade”.
Para a Rodoviária, “é fundamental que a totalidade das verbas já orçamentadas e previstas para o transporte público sejam efetivamente canalizadas para o mesmo, evitando despedimentos massivos e o encerramento de atividade do tecido empresarial deste setor”.
“Reiteramos a constatação da continuidade da inexistência de medidas suficientes e adequadas de apoio ao setor, nem a efetivação das medidas decretadas, em clara contradição ao afirmado pelos nossos governantes. De facto, para além do mecanismo do layoff não foi disponibilizado nenhum apoio específico ao setor, apesar de insistentemente se afirmar e valorizar ser este um setor estratégico e essencial aos interesses de toda a população”, lamenta o grupo.
A Rodoviária aponta que “as autoridades de transporte, assim como os municípios integrantes, têm já legitimidade bastante para fazerem uso das quantias referentes às verbas de transporte escolar previstas e cabimentadas nos seus orçamentos, devendo proceder-se à sua alocação aos respetivos operadores, independentemente de estar ou não suspenso o transporte escolar, o que permitirá minimizar de forma significativa a enorme desproporcionalidade dos impactos negativos desta crise”.
O grupo pega no exemplo da posição adotada pela AMAL (Associação de Municípios do Algarve) que, “entendendo ser matéria vital para a sobrevivência das empresas operadoras de serviços de transporte público, alocou a totalidade das verbas do transporte escolar transferidas dos Municípios para esta comunidade intermunicipal (cerca de 40% da receita das carreiras) para financiar o pagamento das compensações necessárias para a garantia da sustentabilidade das empresas que asseguram os serviços de transporte público”.
“A AMAL, numa medida que pode ser replicada, considerou fundamental a adoção desta medida para minimizar o impacto negativo na atividade destas empresas durante o estado de emergência, garantindo também assim a realização dos serviços mínimos de transporte que asseguram a mobilidade dos cidadãos”, sublinha a Rodoviária.
“Sem a alocação às empresas que operam serviços de transporte público das verbas do transporte escolar, e cientes que todas estas foram e estão devidamente cabimentadas e afetas ao pagamento destes serviços, os operadores não poderão continuar a suportar a desproporcionalidade dos enormes défices verificados”, comenta o Grupo Rodoviária do Tejo, que desenvolve a sua atividade de exploração do transporte rodoviário de passageiros, serviço público de transporte e transporte em regime de alugueres e divide-se, geograficamente, em três empresas – Rodoviária do Tejo (com atuação na região de Santarém e Torres Novas), Rodoviária do Lis (com atuação na região de Leiria) e Rodoviária do Oeste (com atuação na região Oeste e sede em Caldas da Rainha).
Conta atualmente com 750 trabalhadores, uma frota que ascende às 580 viaturas e uma média de dois milhões e meio de quilómetros percorridos por mês.
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