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Campanha “Vamos ajudar a Elsa a continuar a ouvir”

Francisco Gomes

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Está em curso uma campanha para angariar fundos para ajudar uma mulher surda de 40 anos a pagar o arranjo do aparelho auditivo que avariou e que custa dois mil euros. Desempregada, atualmente a frequentar o curso de gestão e produção de pastelaria na Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, em Óbidos, e a residir em Peniche. Elsa Nunes quer “continuar a ouvir o filho de cinco anos a chamar-lhe "mamã" e para que isso aconteça apela à solidariedade.
Elsa Nunes está a tirar um curso de pastelaria em Óbidos

“A minha vida é um verdadeiro carrossel. Perdi a audição de um ouvido aos vinte, mas nessa altura os médicos rotularam de “virose”, não aprofundaram muito sobre se seria uma doença ou apenas um episódio isolado. A surdez do ouvido esquerdo deu-se em quinze dias.

Acabei o curso de Turismo e fui trabalhar para uma agência de viagens. Fiz uma vida perfeitamente normal sem sentir qualquer limitação só com audição parcial, apenas perdi a noção de onde vinha o “barulho””, relata.?“Seis anos depois começo com perda auditiva no outro ouvido, corri muitos médicos e hospitais, percebi que virose não era e que ia perder o outro ouvido também. Cada médico, cada teoria. A surdez aconteceu mais lentamente, de forma muito instável, desde outubro até ao dia 25 de maio de 2000. Diagnóstico: Síndrome de Cogan, doença rara autoimune do ouvido interno, provoca surdez total e problemas oculares (na fase aguda da doença estive a cegar do olho direito)”, conta Elsa Nunes.

Solução para contornar a surdez? Verificar se era candidata a implante coclear para obter “alguma” audição. Esta operação é muito cara (cerca de trinta mil euros) e o Estado dá prioridade às crianças, e Elsa Nunes teve de esperar seis anos pelo seu implante e voltou a ouvir.

“Foi um período longamente negro em que tive que aprender a ser doente crónico e recorrer ao hospital constantemente com as recaídas, perceber que a surdez nos transforma em pessoas tristes, revoltadas, zangadas, perceber que os outros nos tratam e consideram de forma diferente e inferior, e evitam-nos, perceber que fazer novas amizades nos deixa à beira de uma ataque de nervos (e se eu não conseguir ler nos lábios o que ele/a está a dizer? e se ele/a não articular bem os lábios a falar? e se tiver bigode?)”, desabafa.?De então para cá, muita coisa mudou na sua vida, mas no momento o que aflige é a avaria no aparelho auditivo, cujo arranjo custa dois mil euros. Há três anos pagou três mil euros pela reparação. Um aparelho novo custa nove mil euros.

Elsa Nunes foi “atirada” para o desemprego mas mesmo assim arregaçou as mangas e foi tirar um curso profissional de pastelaria na EHTO.

Quem a quiser ajudar pode consultar a página criada no facebook com o título “Vamos ajudar a Elsa a continuar a ouvir” ou efetuar transferência bancária para o NIB 0018 0003 1500 1993 0209 0, no Santander Totta, em nome de Elsa Nunes.

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