Executadas em calcário das pedreiras de Porto de Mós, as esculturas evocam a simbologia do edifício que alberga os Arquivos Nacionais e assumem-se como uma das obras de referência da longa carreira de José Aurélio, artista natural de Alcobaça.
O projeto editorial foi iniciado em 2021 pelo professor caldense João Bonifácio Serra, docente da ESAD, falecido em abril de 2023.
A publicação viria a ser concluída graças à vontade dos vários intervenientes no projeto e do próprio José Aurélio em concretizar o trabalho de investigação.
A obra resulta de uma investigação desenvolvida no âmbito do Laboratório de Investigação em Design e Artes (LiDA) do Politécnico de Leiria, em colaboração com a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) e a editora Caleidoscópio, e dá a conhecer a história e o processo de criação das oito gárgulas que se encontram na cimalha exterior da Torre do Tombo.
No seu conjunto, estas gárgulas são consideradas uma das obras maiores da escultura portuguesa contemporânea, tendo sido realizadas a convite do arquiteto Arsénio Cordeiro para o edifício inaugurado em 1990.
Estas esculturas simbolizam os suportes da escrita e os opostos da história, sendo talhadas em calcário e pesando toneladas, numa reflexão do conteúdo do edifício.
As oito gárgulas da Torre do Tombo, quatro na fachada sul e outras quatro na fachada norte, são de dois tipos: as guardiãs e as dicotomias.
As primeiras, representadas por quatro suportes de escrita ou formas de comunicação, estão colocadas viradas para fora.
As outras, elementos fundamentais da história da humanidade que se relacionam com a memória estão, entre as primeiras, viradas para dentro.
Na fachada sul, da esquerda para a direita estão “A Guardiã das Ondas Hertzianas”, as dicotomias “O Bem e o Mal” e “O Velho, o Novo e a Morte” e “A Guardiã do Alfabeto”.
Na fachada norte, também da esquerda para a direita estão “A Guardiã dos Papiros”, as dicotomias “A Tragédia e a Comédia” e “A Guerra e a Paz” e, por fim, “A Guardiã das Tábuas”.
A sessão de apresentação contou com intervenções de Renato Bispo, coordenador do LiDA, de Paulo Batista, diretor do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, e de Jorge Ferreira, editor da Caleidoscópio, seguindo-se um momento de conversa e partilha com o escultor.









