Exerce funções no University Hospital Southampton e é a primeira enfermeira de investigação em demência do condado de Hampshire.
A enfermeira investigadora integra uma rede nacional de especialistas, criada após um investimento de três milhões de libras da Alzheimer’s Society, que visa aumentar o número de ensaios clínicos, melhorar o diagnóstico precoce e desenvolver novos tratamentos. Segundo a instituição, a investigação em demência continua muito aquém de outras áreas, como o cancro.
O seu trabalho passa por articular com hospitais, médicos de família, clínicas de memória e serviços comunitários, promovendo o envolvimento de uma população mais diversa nos estudos clínicos.
O percurso de Inês Rodrigues tem raízes nas Caldas da Rainha, onde viveu durante cinco anos considerados determinantes para a sua evolução pessoal e académica. Chegou à cidade em janeiro de 2000, tendo frequentado a EBI de Santo Onofre desde o 4.º ano até à conclusão do 9.º ano de escolaridade, em 2005. “Foram anos fundamentais para o meu crescimento”, sustentou.
Concluído o ensino básico, mudou-se para Elvas para terminar o secundário e prosseguiu estudos superiores na Escola Superior de Saúde de Portalegre, onde se licenciou em Enfermagem.
A escolha pela área da saúde surgiu do desejo de ter um impacto positivo na vida das pessoas, com a opção pela enfermagem a consolidar-se ao longo do percurso académico.
Emigrou para Inglaterra em 2012
Em dezembro de 2012, Inês Rodrigues emigrou para Inglaterra, acompanhada pelo atual marido. A decisão foi motivada pela escassez de oportunidades profissionais em Portugal na área da enfermagem e pela procura de melhores condições para iniciar a vida ativa e evoluir na carreira. “Foi uma escolha difícil, mas necessária naquele momento”, explicou.
O percurso profissional no Reino Unido começou numa enfermaria de ortopedia e cirurgia de um hospital privado em Southampton. Em 2014, após 18 meses de prática clínica, ingressou no departamento de investigação biomédica do University Hospital Southampton como enfermeira de investigação. A partir daí, construiu um percurso sólido na área da investigação clínica, com foco crescente nas doenças neurodegenerativas, em particular a demência.
Entre 2015 e 2023 foi chefe de equipa e, em 2023, assumiu a chefia sénior da equipa especializada em doenças como Alzheimer e Parkinson.
Em 2025, concretizou o objetivo de se dedicar exclusivamente à investigação em demência, com a missão de facilitar a participação de doentes em estudos clínicos desde o momento do diagnóstico até ao final do acompanhamento.
Apesar de viver no estrangeiro há 13 anos, a ligação às Caldas da Rainha mantém-se forte. A investigadora visita a cidade anualmente, onde reside o pai, e partilha hoje esse vínculo com o marido e os dois filhos. “É um prazer mostrar-lhes os locais onde cresci e onde mantenho amizades de uma vida inteira”, referiu.









