Isto apesar de ser nas Caldas da Rainha a sede o mais recente “unicórnio” português, a Tekever, que teve até honras de ser mencionada na sessão de abertura do maior evento de tecnologia da europa.
A empresa que produz drones, com sede na zona industrial caldense, atingiu o estatuto de unicórnio, ao alcançar uma avaliação de 1,2 mil milhões de euros numa recente ronda de financiamento.
O JORNAL DAS CALDAS falou com António Relvas, diretor da inovação da Tekever, que participou numa palestra dinamizada pela Startup Leiria. “Temos estado a participar em várias palestras, a dar-nos a conhecer e a tentar trazer novos parceiros na área da Defesa para a nossa empresa”, revelou.
O responsável salientou que a empresa tem vindo a crescer muito e já ultrapassou os mil funcionários, dos quais 400 estão nas Caldas da Rainha.
António Relvas garantiu que a Tekever vai manter-se nas Caldas, apesar das dificuldades que tem tido em encontrar um terreno para ampliar as suas instalações. “Há algumas condições que são precisas”, mas ainda não perdeu a esperança de encontrar uma localização dentro do concelho.
A Tekever trouxe para as Caldas centenas de quadros superiores, inclusive o próprio António Relvas, que está a morar no concelho há 15 anos.
Na sua opinião, os caldenses devem ter orgulho em terem no seu concelho uma empresa “unicórnio”, a única em Portugal fora de Lisboa e do Porto.
A edição deste ano da Web Summit registou números recorde: 71.386 participantes, 1.857 investidores e 2.725 startups.
Agente imobiliária caldense Lília Romão participou
A caldense Lília Romão, consultora Imobiliária Internacional da Remax Vantagem Platina, também esteve no evento, no único pavilhão do setor a estar presente, apesar da forte presença de startups da área das proptechs (utilizam a tecnologia e a inovação para oferecer soluções e transformar o mercado imobiliário e da construção civil).
Lília Romão foi escolhida pelos seus resultados e por trabalhar com clientes internacionais.
“Somos ‘top producers’ e temos formação em imóveis de luxo”, destacou Lília Romão, que trabalha não só o mercado da região Oeste e Costa de Prata, mas também o resto do país.
A participação na Web Summit teve como principal objetivo dar-se a conhecer aos investidores que queiram comprar terrenos privilegiados para a construção de prédios, urbanizações ou indústrias, mas também queira vir morar para Portugal ou ter aqui uma segunda casa.
Corredor de Inovação A8 / West Coast Valley
A iniciativa do Corredor de Inovação A8 junta quatro incubadoras – a Startup Leiria, o Prontos (Caldas da Rainha), a Obitec (Óbidos) e a Ponte (Loures), com o objetivo de dinamizar o ecossistema empreendedor ao longo do eixo A8 e preparar a assinatura de um futuro protocolo de colaboração.
Este memorando pretende posicionar o corredor A8 como um polo nacional de empreendedorismo, capaz de atrair startups, investimento e talento, aproveitando as complementaridades entre os diferentes territórios.
Entre as intenções estabelecidas, destacam-se o aumento da capacidade de incubação regional, a promoção da circulação de empreendedores, a criação de programas conjuntos de aceleração e a facilitação do acesso a mentores e investidores.
As quatro entidades pretendem ainda partilhar recursos e infraestruturas, como espaços de coworking, salas de reunião e auditórios, e disponibilizar serviços de apoio especializado nas áreas jurídica, de design, marketing, finanças e ligação a centros de I&D, incluindo o Instituto Politécnico de Leiria e o Instituto Superior Técnico.
O memorando de entendimento estabelece igualmente as bases para uma governança colaborativa, com a criação de um Conselho Estratégico, uma Coordenação Executiva rotativa e grupos de trabalho temáticos focados em áreas como financiamento, internacionalização e comunicação.
Rui Vieira, do Prontos, quer que o empreendedorismo na região não tenha fronteiras e que a união entre todos possa fortalecer os projetos de cada um. “O Prontos trabalha na incubação de empresas mais ligadas à criatividade”, nomeadamente a especialização em economia criativa, design, indústrias culturais e empreendedorismo de proximidade.
A Obitec reforçará a sua ação nas áreas criativas e tecnológicas, com destaque para o turismo cultural, a biotecnologia e as tecnologias aplicadas ao património, contribuindo para um ecossistema regional mais articulado e sustentável.
Este entendimento constitui o primeiro passo para a criação formal do Corredor de Inovação A8, que pretende ligar, através da inovação e da cooperação, os territórios de Leiria, Caldas da Rainha, Óbidos e Loures, promovendo a inovação como eixo estruturante de desenvolvimento regional.
A Startup Leiria aposta na criação da marca West Coast Valley. Segundo Francisco Aguiar, responsável de comunicação, já havia uma cooperação entre estas quatro entidades e quiseram acelerar o processo de criação de sinergias.
“Acreditamos que existe um potencial muito grande desde o norte de Lisboa até Leiria. Não só para captar investimentos de portugueses, mas também de estrangeiros que querem vir para Portugal em locais com qualidade de vida”, explicou.
Vai ser criado um site (www.wcv.pt) que permitirá um acesso facilitado a este projeto e a informação sobre a região.
Rui Vieira anunciou ainda que vai ser criado nas Caldas da Rainha um hub tecnológico para “gamers”, onde todos os que estão ligados à indústria de videojogos poderão fazer a sua incubação.
O responsável quer também que na próxima edição da Websummit exista uma maior representação das Caldas da Rainha.









