A primeira edição, de junho deste ano, esgotou rapidamente, porque é uma história que tem cativado leitores em todo o país.
Mais do que um livro de memórias, é um testemunho pessoal e reflexivo de um médico que, inesperadamente, se viu envolvido na política, especialmente durante a pandemia da Covid-19. A obra revisita as origens e valores que moldaram o autor, a vocação pela medicina e a entrada acidental na política.
O livro detalha os bastidores do combate à pandemia, destacando os desafios enfrentados como secretário de Estado da Saúde e as decisões difíceis tomadas em momentos críticos.
Além disso, apresenta um balanço das suas vivências políticas, das ilusões e desilusões, e reflete sobre o futuro do sistema de saúde em Portugal, defendendo a importância de consensos e reformas duradouras.
A obra termina com uma mensagem de esperança: tempos difíceis podem formar gerações extraordinárias e a memória, se bem usada, ajuda a construir um futuro melhor.
António Lacerda Sales nasceu em Caldas da Rainha em 1962, mas viveu a infância no Bombarral e é frequentemente referido como “bombarralense” devido à sua ligação ao concelho.
Licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, exerce a especialidade de Ortopedia no Centro Hospitalar de Leiria, agora integrado na Unidade Local de Saúde (ULS) da Região de Leiria.
Eleito deputado, em 2015, pelo distrito de Leiria, à Assembleia da República na XIII Legislatura, e reeleito, em outubro de 2019, para a legislatura seguinte, exerceu o cargo de secretário de Estado da Saúde de 26 de outubro de 2019 a 17 de setembro de 2020. Foi secretário de Estado Adjunto e da Saúde a partir de 17 de setembro de 2020 até setembro de 2022, altura em que regressou ao Parlamento onde esteve como deputado até ao final da XV Legislatura.
Em 2024, regressou ao Serviço Nacional de Saúde, estando a exercer a sua atividade clínica na ULS da Região de Leiria. Nas autárquicas de 2021 foi eleito presidente da Assembleia Municipal de Leiria.
No Bombarral, terra a que está associado, a apresentação da segunda edição do livro, com 320 páginas e chancela da Casa das Letras, foi feita por Natércia Inácio, da editora, e pela vice-presidente da Câmara, Fátima Coelho.
A autarca disse que o autor é “um homem com grande espírito”, sublinhando a sala do Caffè Capri Bombarral estar “cheia de amigos do António Sales”. O livro “projeta o Bombarral e projeta-o como bombarralense”.
O autor comentou: “Sou verdadeiramente um homem comum, mas muitas vezes é dos homens comuns que nascem grandes soluções para os tempos difíceis e para os tempos incomuns. E, portanto, foi um título que me surgiu e que eu acho que está adequado aos tempos difíceis e de incerteza que passámos, como foram os tempos da pandemia e outros que se seguiram”.
“É sempre um enorme prazer poder regressar ao meu concelho, à minha terra, onde fui feliz, onde fiz a minha infância, a minha adolescência”, manifestou, acrescentando que o livro “é um tributo que eu tento prestar a várias pessoas e a várias entidades, antes de mais ao meu próprio país, que em tempos tão difíceis como os da pandemia se mantiveram sempre consistentes, unidos na linha da frente. Depois é também um tributo aos profissionais de saúde”.
Tratou-se da primeira tertúlia literária da Mala d’estórias. Guida Bruno, autora do projeto dedicado à promoção do livro e da leitura, declarou que quis abrir o ciclo de tertúlias “trazendo uma pessoa que não tendo nascido cá, fez cá a sua infância e grande parte dos seus primeiros passos como adolescente e que tem ligações ao Bombarral através da mãe, que foi aqui professora primária e muitas das pessoas o recordam como filho da professora Fernanda, ou do pai, que trabalhou na Tesouraria das Finanças e, portanto, é uma pessoa querida na terra que ocupou um cargo”.










