Suspeitos de burlas com imagem da GNR ficam em liberdade à espera do tribunal

23 de Outubro de 2025

Ficou em liberdade, a aguardar o desenvolvimento do processo judicial, o casal que utilizando a imagem da GNR terá concretizado burlas de milhares de euros a várias vítimas até ser apanhado, no passado dia 20, na Benedita.

O Ministério Público apresentou a primeiro interrogatório judicial um homem de 37 anos, e a companheira, de 41 anos,  indiciados da prática dos crimes de burla, falsificação de documento, abuso de insígnia e detenção de arma proibida.

Neste processo em concreto em que foram detidos existirão pelo menos três vítimas, mas as averiguações em curso poderão revelar uma dimensão maior. O casal fingiria ser militar da GNR para disponibilizar alegados serviços de facilitação, consultadoria e resposta a processos criminais.

Contudo, os arguidos, que têm antecedentes pela prática do mesmo tipo de crime, são também suspeitos de, em comunhão de esforços, se terem feito passar por agentes da PSP e elementos de outras entidades públicas ligadas à prestação de socorro, como o INEM e os Bombeiros, utilizando uniformes e documentos falsificados, “com o intuito de enganar e obter vantagens patrimoniais de terceiros”, referiu o Ministério Público.

Foram apresentados a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Leiria e o juiz de instrução criminal considerou “fortemente indiciados os factos imputados” e verificou o “perigo de continuação da atividade criminosa e de perturbação da investigação”, tendo decidido aplicar aos arguidos as medidas de coação de apresentações semanais perante a autoridade policial da área de residência, proibição de contacto com os ofendidos e testemunhas, proibição de aquisição, detenção e uso de armas, e proibição de aquisição, detenção e uso de fardas, insígnias ou equipamentos pertencentes a forças ou serviços de segurança e proteção civil.

O inquérito prossegue sob a direção do Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal de Alcobaça.

A GNR já investigava o homem e a mulher há cerca de quatro meses, por suspeitas de burla, falsificação de documentos, posse de armas proibidas, abuso de designação, sinal ou uniforme.

“Utilizando a imagem da GNR concretizavam o conto do vigário. Não havia coação mas as pessoas eram burladas em milhares de euros”, indicou o tenente João Marçal, comandante do Destacamento Territorial de Caldas da Rainha em suplência.

“As vítimas eram pessoas que tinham algumas dificuldades ou problemas a nível da justiça e que necessitavam de algum tipo de apoio. Perante a situação das pessoas vulneráveis, os detidos inicialmente abordavam as vítimas à civil na freguesia da Benedita, criavam a confiança deles e depois, sim, identificavam-se como elementos da GNR e ofereciam, então, o tal serviço de apoio, cobrando os valores. Por fim, as pessoas apercebiam-se que, no fundo, não havia serviço nenhum e que estavam a ser vítimas de burla”, descreveu.

No início desta semana os militares do Núcleo de Investigação Criminal de Caldas da Rainha, com o reforço do posto da Benedita, deram cumprimento a três mandados de busca, um em residência e dois em veículo. Foram também realizadas duas revistas aos suspeitos, que não ofereceram resistência, culminando nas detenções em flagrante delito e na apreensão de diverso material de identificação e um crachá da GNR, uniformes e equipamento tático da GNR e da PSP.

Uma arma proibida, dois coldres para arma de fogo, oito botijas de dióxido de carbono para a arma de ar comprimido, um frasco de 1.500 unidades de chumbo, quatro rádios de comunicação e respetivas bases carregadoras e auriculares, e dois telemóveis constam da lista de apreensões.

Em nome do homem foram ainda encontrados três cartões de identificação do INEM e dos Jovens Bombeiros de Lisboa, e um cartão de operacional de desfibrilhação automática externa.

“Todo o equipamento que foi apreendido, à exceção dos documentos, que são falsificados, é material original e que foi adquirido pelos suspeitos”, revelou o tenente João Marçal.

A GNR deixa um alerta às populações para que quando são abordadas por pessoas desconhecidas oferecendo este tipo de serviços referidos, quer sejam elas civis ou fardadas, “devem sempre desconfiar e alertar as autoridades competentes porque poderão estar a ser alvo de um crime de burla”.

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