Segundo Vítor Ferreira, “o próximo ciclo imobiliário será liderado por três vetores sincronizados: capital mais previsível, procura doméstica robusta e uma regulação europeia e nacional que premeia eficiência e dados. O Oeste está estrategicamente posicionado para capturar este ciclo através da articulação inteligente de Áreas de Reabilitação Urbana (ARU), produto eficiente e tecnologia”.
O professor apresentou um retrato detalhado do mercado no segundo trimestre de 2025. “O Índice de Preços da Habitação cresceu 17,2%, com um volume total de transações de 10,3 mil milhões de euros, atingindo máximos históricos recentes. Esta dinâmica reflete uma recuperação estrutural da confiança e do poder de compra das famílias”.
Sobre o perfil do investidor internacional desta região, Vítor Ferreira destacou que a procura é cada vez mais orientada para qualidade de vida e integração local. “O investidor externo procura residir efetivamente, valorizando proximidade ao mar, natureza autêntica e segurança, com interesse genuíno em fazer parte da comunidade a médio e longo prazo. Procura mais valor de vida do que simples arbitragens de vistos”, referiu.
O especialista analisou ainda o impacto do pacote governamental anunciado nas vésperas da Feira do Imobiliário. “A redução do IVA de 23% para 6% reduz drasticamente o custo final de obra, desbloqueando projetos que antes eram inviáveis, sobretudo em ARU. E a redução da taxa autónoma de IRS para senhorios de 25% para 10% em contratos até 2.300 euros transforma a equação económica do arrendamento”.
No capítulo regional, Vítor Ferreira destacou exemplos concretos. “Caldas da Rainha é um motor urbano com ARU e crescimento aproximado de 20%, com valorização do centro histórico e manutenção da identidade. Óbidos apresenta habitação usada a €2.235/m², com projetos integrados respeitando o património. Em Peniche, a dinâmica é sustentada por surf e autenticidade, e a Nazaré posiciona-se no segmento premium, refletido em €2.779/m² em construção nova”.
Sublinhou também que a “reabilitação em ARU, living resorts integrados na paisagem e arrendamento de médio/longo prazo são os setores mais líquidos e com maior potencial de crescimento, beneficiando das novas condições fiscais e regulamentares”.
Vítor Ferreira terminou a intervenção propondo a criação de um grupo de líderes para transformar o mercado imobiliário regional através de dados e boas práticas.










