A greve foi convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), que garantiu aos jornalistas ter havido uma adesão de 100% dos enfermeiros na Casa de Saúde, mas o presidente do conselho de administração da instituição, Paulo Ribeiro, contrapôs que esta terá sido de 33%.
“Fizeram greve dois de três enfermeiros em escala. Três enfermeiros estavam em integração, mas na verdade cumpriam com o horário normal. Os dois que fizeram greve cumpriram os serviços mínimos”, explicou, salientando que fora da Casa de Saúde não houve nenhuma adesão.
Segundo o dirigente sindical Rui Marroni, os enfermeiros contestam “as alterações contratuais impostas unilateralmente pela administração” do Montepio, cujos trabalhadores estavam, até 2022, vinculados ao contrato coletivo de trabalho afeto à Confederação Nacional das instituições de Solidariedade Social (CNIS) e, desde 2023, são regidos pelo contrato coletivo da Associação Portuguesa de Mutualidades (APM).
Essa alteração prejudicou os vencimentos dos enfermeiros e Rui Marroni teme mesmo que a instituição acabe por não ter capacidade de retenção destes profissionais de saúde.
Algumas enfermeiras, que já trabalham na instituição há vários anos, começam a encarar a possibilidade de saírem e revelam que o Montepio já está a ser mal visto nas escolas superiores de enfermagem.
A alteração dos novos contratos de trabalho permitiu que passasse a ser implementada uma carga horária de 40 horas semanais e levou à retirada do subsídio de turno (de 15% para quem fazia dois turnos e de 25% para quem fazia três).
A administração do Montepio já informou o sindicato que “não reúne, conforme já foi referido em momentos anteriores, presentemente, as condições financeiras necessárias para aceitar a proposta apresentada pelo SEP”. No entanto, diz continuar disponível “para negociar e rever as condições da carreira de enfermagem”.
Só que Rui Marroni afirma que a administração continua sem dar resposta à proposta de carreira de enfermagem apresentada em junho.
Paulo Ribeiro referiu ao JORNAL DAS CALDAS que o sindicato “quer negociar um acordo direto apenas para os nossos enfermeiros”, mas entende que, existindo um Instrumento de Regulamentação Coletiva de Trabalho (contrato coletivo da APM), “a proposta de carreira de enfermagem que o SEP apresentou deve ser negociada para as 26 associações mutualistas que integram a APM”.










