Visão termal de Manuel Ginioux de Campos recordada em homenagem no cemitério

25 de Junho de 2025

A agência funerária Neves promoveu, a 21 de junho, uma homenagem a Manuel Ginioux de Campos, que foi administrador do Hospital Real (designação do Hospital Termal durante a monarquia) entre 1860 e 1862.

Foi junto ao monumento fúnebre dedicado ao antigo administrador, à entrada do 1º Cemitério Municipal das Caldas da Rainha (Nossa Senhora do Pópulo), que Jorge Mangorrinha contou a história do homenageado.

Segundo o especialista, Manuel Ginioux de Campos teve uma preponderância significativa naquilo em que se transformaria a reforma das termas locais até ao final desse século, dadas as críticas, na época, quanto às condições precárias do estabelecimento termal.

Nascido em 1803, viria a falecer em 1862 enquanto ainda exercia a direção do Hospital Real, cargo para o qual foi nomeado dois anos antes.

Depois de um desaire financeiro numa sociedade que dirigia a casa Guimarães & Ca, na Rua da Betesga, retirou-se do negócio e mudou-se para a Quinta das Laranjas, nas Caldas da Rainha.

Tinha anteriormente casado com Maria Inácia Hendel, filha de um coronel alemão ao serviço de Inglaterra na Guerra Peninsular e de uma senhora da Golegã, da família dos Saldanhas.

“Entre 1960 e 1962, a vila das Caldas estava em crescimento, dá-se a fundação da Associação dos Socorros Mútuos Rainha D. Leonor e havia a necessidade de acabar as obras do hospital civil de Santo Isidoro, com o legado de Inácio Isidoro, ainda junto ao hospital termal”, contou Jorge Mangorrinha.

Nessa altura, o Hospital Real precisava de reforma, designadamente, o desdobramento das instalações.

Durante a administração de Manuel Ginioux de Campos, o hospital “não respondia às necessidades para o número sempre crescente de doentes nacionais e estrangeiros que a ele acorriam, e as técnicas crenoterápicas estavam muito distantes das modernas terapias que já se realizavam noutros balneários europeus”.

Foi nessa altura que o administrador solicitou ao engenheiro Pedro José Pézerat o projeto de um novo estabelecimento modernizado.

O projeto previa serviços de balneoterapia, além de ser prevista para o novo equipamento a gestão por empresa privada. Embora não se tenha concretizado, seria mais um passo para a grande reforma do final do século XIX, protagonizada por Rodrigo Berquó.

O primeiro projeto de Pézerat para a remodelação do edifício hospitalar preexistente transforma os banhos chamados sujos em setor de banheiras individuais, construídas em chapas de lousa, mas esta opção não foi consensual, surgindo como alternativa as banheiras inteiras feitas em pedra de lioz, que Ginioux considerava que depois de polidas ficariam quase como mármore, para evitar a betumagem, e outros serviços mais difíceis de manutenção.

O projeto de Pézerat propunha também a criação de um hotel termal, com um novo modelo de organização e de gestão, já que previa uma administração inteiramente separada e independente da do hospital, ainda que se complementando mutuamente.

Por último, Ginioux solicitava ainda que qualquer que fosse o projeto a efetuar, este teria de respeitar as nascentes e impedir que se as escavasse ou desviasse, sob pena de se perder o recurso de água termal.

Nesta administração, houve um conjunto considerável de propostas e projetos de ampliações e novas construções, que provavelmente fazia parte de um plano vasto de engrandecimento da estância.

Entre essas propostas, Jorge Mangorrinha destacou o desenho do restauro da Casa Real sob a designação de “Casa da Administração do Hospital Termal de Caldas da Rainha” (atual Museu do Hospital e das Caldas).

Em janeiro de 1862, o projeto final do novo edifício estava concluído, mas perante a indefinição governamental, o administrador propunha então que se optasse por um edifício mais modesto. Porém, a sua morte, ocorrida nesse ano, interrompeu o desenvolvimento do seu ambicioso projeto.

Encomendadas no ano anterior, em 1863 são instaladas as primeiras sete banheiras de mármore, que em pouco tempo foram um sucesso.

Entretanto, houve a necessidade de um novo cemitério, o qual foi aberto em 1863, “provavelmente, com a deposição do corpo do falecido Manuel Ginioux de Campos” e a instalação do monumento fúnebre.

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