Com curadoria do Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha, a MESTRA 2025 – integrada no projeto “CCC Fora de Portas” – aposta em propostas que desafiam fronteiras entre tradição e experimentação.
O cartaz abre no dia 20 de junho, às 21h30, com o concerto do Coro Social do Bairro. Com direção musical de Tiago da Neta, o coletivo reúne dezenas de vozes de diferentes gerações, ligadas ao Clube Social do Bairro, que exploram repertório de música tradicional portuguesa e canções de intervenção, criando uma atmosfera de proximidade.
No dia 21, às 19h00, é a vez do Trio MaraBilha – projeto que nasceu na Leiria Cidade Criativa da UNESCO da Música – tomar conta do palco com uma performance que funde olaria e ritmo. O grupo, formado por João Maneta, Miguel Meireles e António Casal, recorre a instrumentos inusitados como bilhas da Bajouca, regadores de zinco, cântaros e objetos cerâmicos convertidos em percussão. Através de fusões sonoras que atravessam o techno, o house e a improvisação, o Trio MaraBilha propõe uma viagem musical que parte dos objetos do quotidiano e os transforma em matéria de palco, som e corpo em movimento.
O dia 22 encerra com dois momentos performativos distintos. Às 15h00, a Trupe Fandanga apresenta o espetáculo “Ai de mim, ai do eu”, teatro de marionetas criado a partir do barro como elemento cénico e narrativo. Às 17h00, sobe ao palco a Supertronik Bootleg – Dixie Band, coletivo que junta metais, percussão e espírito de rua numa celebração sonora entre a brasshouse e a eurodance. Com arranjos originais de temas icónicos dos anos 90, o quinteto promete uma atuação contagiante.
“Oficina das Mãos de Barro”
A par dos concertos e espetáculos, a MESTRA integra também oficinas ligadas à música e ao som, como a “Oficina das Mãos de Barro”, dinamizada por Mariana Miguel, da d’Orfeu AC, onde crianças e famílias são convidadas a explorar instrumentos construídos em barro, como a ocarina, um dos instrumentos musicais mais antigos do mundo, e outros objetos sonoros, alguns dos quais poderão ser inventados.
Com entrada livre e atividades gratuitas, a MESTRA afirma-se como um evento multidisciplinar e associa ainda a sua programação à atividade do CENCAL – Centro de Formação Profissional para a Indústria Cerâmica, que vai dinamizar o Laboratório de Experiências, especialmente vocacionado para o público infantojuvenil.
Haverá o envolvimento das escolas do concelho, através da apresentação de projetos educativos desenvolvidos ao longo do ano letivo,
Existirão ainda exposições em museus e escolas, incluindo o Centro de Artes das Caldas da Rainha, o Museu José Malhoa e o Museu do Hospital e das Caldas.
Passeios criativos
No âmbito do turismo criativo, o evento vai promover um passeio comentado pelas fachadas de azulejo da cidade, com três paragens em pontos de referência, onde os participantes poderão experimentar técnicas como corda seca, padrão ou relevo. Esta atividade é dinamizada pela Azulejaria Sá Nogueira.
Acolhe ainda a Rota Turística “Caldas tem Cor”, um projeto que convida a descobrir Caldas da Rainha através de uma rota sensorial, urbana, regenerativa, criativa, transformadora e sustentável, guiada pela voz da Rainha D. Leonor e dinamizada pelos alunos do curso de Turismo da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro.
Em paralelo, vai decorrer o ciclo de conversas “As Mãos Pensam”, com curadoria de Celeste Afonso, que abre espaço para uma reflexão crítica e poética sobre o artesanato, com convidados nacionais e internacionais.
A MESTRA é uma iniciativa promovida pelo Município das Caldas da Rainha e visa valorizar a cerâmica nacional, promovendo o diálogo entre tradição e contemporaneidade, e reforçando o papel das Caldas da Rainha enquanto cidade criativa e polo de inovação cultural. Integra-se no projeto “Cidades Criativas UNESCO Centro de Portugal”.










