Os romeiros dirigem-se à ermida de Santo Antão, situada no topo de um cabeço com cerca de 80 metros, e dedicada ao santo protetor dos animais. A subida é exigente, com 150 degraus.
Dantes, quem subia ia motivado por pedidos de proteção para os seus animais, não tivesse a agropecuária grande relevância na região. Ainda hoje há quem faça promessas para a cura de animais ou para boas ninhadas, que são pagas na casa de esmola ou na sacristia, com direito a uma vela benzida e uma fita cor-de-rosa.
Com o tempo, o hábito de oferecer produtos agrícolas como pagamento tem-se perdido, mas os rituais continuam. As velas, símbolo de promessas anteriores, são oferecidas ao santo ou queimadas no tabuleiro.
Além da devoção, a romaria destaca-se pelo ambiente festivo. Uma feira com vendedores de produtos tradicionais, como pinhões, laranjas, chouriços e cavacas, anima o recinto. Os romeiros fazem fogueiras para assar chouriços, acompanhados por bom vinho, enquanto a música, tocada por populares, prolonga a festa até ao pôr do sol.
Muitos começam a celebração na véspera, numa noite em claro, reforçando o espírito de convívio.
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