Uma das principais missões que a equipa abraçou neste desafio tem sido a de abrir mais a igreja à comunidade em que se insere.

Um dos exemplos dessa abertura foi a realização da Festa da Alegria no Magusto Paroquial nas Caldas, que teve lugar a 16 de novembro.

Nesse evento, pretendeu-se apresentar os diversos movimentos que fazem parte da paróquia caldense, com caráter cultural, de caridade ou de evangelização.

João Sobreiro e João de Brito ficaram agradavelmente surpreendidos com o dinamismo desta paróquia e com o grande envolvimento dos jovens, que estão bem organizados.

“Há um sentido de pertença muito grande e fomos muito bem recebidos”, referiu João Sobreiro, que tem também ficado agradado por a igreja estar sempre cheia durante as missas.

Também há uma grande procura do serviço de confissão e das visitas aos paroquianos que estão doentes, em suas casas e nos lares. O padre João Sobreiro tem feito também visitas ao Estabelecimento Prisional das Caldas da Rainha. Para todos, o pároco salienta que é muito importante uma palavra de esperança.

O pároco notou também que há uma grande diversidade de paroquianos, incluindo muitos oriundos de outros países e continentes. “O nosso desafio tem sido o de crescer em comunhão e comunidade”, afirmou.

A evangelização é outros dos desafios. “Mesmo que a igreja esteja cheia, queremos ir a todos os bairros e zonas da cidade”, adiantou João Sobreiro. Por exemplo, convidaram alguns sem-abrigo para a ceia de Natal, a seguir à missa do galo, no salão paroquial. “São atos espontâneos, que vão surgindo”, explicou o padre.

“É importante chegarmos aos que mais precisam. Queremos ser uma paróquia de acolhimento, mas, ao mesmo tempo, de missão”, referiu ainda.

Perante tantos imigrantes nas Caldas, alguns dos quais estão envolvidos noutros cultos ou religiões, há uma atitude positiva e de ajuda. Segundo o padre João de Brito, mesmo os que não são católicos têm procurado a igreja para algum tipo de ajuda espiritual. “Há uma pessoa que é evangélica e, mais do que uma vez, já me pediu para rezar com ela”, contou.

“Temos uma igreja sempre de portas abertas”, salientou João Sobreiro. Mesmo o espaço do centro paroquial é um local onde as pessoas recorrem. Os novos padres dizem também que estão disponíveis para todas as pessoas e entidades, de forma a trabalharem em conjunto. “Queremos seguir os sinais daquilo que as pessoas nos dizem”, referiu João de Brito, que quer também envolver os alunos da ESAD.CR e universitários caldenses que estejam a estudar fora.

Nomeação do novo patriarca de Lisboa

A nova equipa foi escolhida no primeiro decreto de nomeações do novo patriarca de Lisboa, Rui Valério, e tomou posse a 6 de outubro, na Igreja Paroquial de Nossa Senhora do Pópulo das Caldas da Rainha.

Os párocos que estavam nas Caldas, Joaquim Pedro e Dionísio Ferreira, foram transferidos para as paróquias de Azambuja e Vila Nova da Rainha.

Natural de A-dos-Francos, João Sobreiro nasceu em 1982 no Montepio Rainha D. Leonor e terminou os seus estudos civis na Escola Secundária Raul Proença. “Estava fora das Caldas há 24 anos”, comentou. “Foi uma surpresa e fiquei contente por vir para tão perto da minha origem”, depois de ter passado por outras paróquias. No entanto, “a minha vida na fé, enquanto cresci, foi na igreja de A-dos-Francos, onde nos dávamos todos os dias em família”.

João Sobreiro frequentou os seminários de Caparide e dos Olivais, bem como a Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa em Lisboa, tendo sido ordenado diácono a 3 de dezembro de 2006, e sacerdote para o Patriarcado de Lisboa a 1 de julho de 2007.

Nesse ano foi nomeado vigário paroquial do Bombarral, Vale Covo e Roliça, seguindo-se Outeiro da Cabeça, Figueiros e Painho, Alguber e Pêro Moniz.

Assumiu as funções de pároco nas paróquias de Olhalvo, Ventosa e Vila Verde dos Francos, acumulando como vigário paroquial nas Paróquias de Aldeia Galega da Merceana, Aldeia Gavinha e Palhacana (2012-2024), e vigário paroquial da Carnota (2019-2024).

João de Brito nasceu em 1985 e é natural de Odivelas. Ingressou na Companhia de Jesus (Jesuítas) com 21 anos, após estudos de engenharia no Instituto Superior Técnico.

Fez os estudos teológicos e filosóficos na Universidade Pontifícia Comillas, em Madrid, e na Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Católica Portuguesa, em Braga.

Foi ordenado sacerdote a 9 de julho de 2017, na Sé do Porto e concluiu os estudos na especialidade de Teologia Espiritual no Centre Sèvres (Faculdade Jesuíta de Paris).

Em setembro de 2018 transitou para Comunidade S. Pedro Claver, na Caparica. Foi pároco de S. Francisco Xavier da Caparica e vigário paroquial do Estoril (2021-2024).

Já bem conhecido da comunidade local, o padre Eduardo Gonçalves é natural de Torres Novas. Foi ordenado sacerdote em 15 de agosto de 1963 e passou pelas paróquias do Montijo e de Santarém, foi coadjutor das Caldas da Rainha (1970), pároco de Serra do Bouro (1970-1997), Salir de Matos (1997-2009), Figueiros e Painho (2009-2012), Tornada e Salir do Porto (2012-2013) e novamente de Serra do Bouro (2012-2021).

Eduardo Gonçalves acumulou a paroquialidade com o ensino na Escola Industrial e Comercial (a partir de 1969) e na Escola Secundária Raul Proença (1970-2004), e com a Capelania do Hospital de Caldas da Rainha (2003-2010).

Tem também trabalhado na área do voluntariado social e no acompanhamento de pessoas com doença oncológica.

Para os padres que agora chegaram às Caldas, o padre Eduardo tem sido “uma espécie de irmão mais velho, que nos tem ajudado muito”.