O objetivo é contribuir para impulsionar práticas de desenvolvimento comunitário de algum modo inovadoras, assentes no diálogo intergeracional, na dinamização e promoção da interculturalidade, na partilha e valorização de experiências e perspetivas que possam melhorar a qualidade de vida das populações, a redução da exclusão social e a promoção de igualdade de oportunidades.
De acordo com José Manuel Paz, do CDCL, e Luís Saldanha, da CNJ, “a falta de serviços públicos quer privados nas áreas da saúde, da educação e dos serviços tem sido um dos fatores que mais contribuem para o abandono do território rural e o acentuar de desigualdades entre regiões”.
“Consequentemente verificamos hoje um aumento crescente do despovoamento do território e do isolamento da sua população, cada vez mais envelhecida, a par de uma baixíssima demografia”, sublinham.
Deste modo, “é fundamental o reforço de intervenção nesses territórios rurais de entidades públicas, privadas e do setor da economia social e solidária, de caráter nacional ou local, que tenham uma missão vocacionada para o desenvolvimento local, para a solidariedade social, para a valorização do mundo rural, para a criação de oportunidades, para a fixação das populações mais e menos jovens, para a proteção da saúde e para a promoção do associativismo local”.
“Conscientes da gravidade dessa situação e da necessidade de uma intervenção imediata que possa contribuir para a sua reversão gradual”, a CNJ e o CDCL decidiram desenvolver ações conjuntas, prioritariamente no Landal e no seu entorno mas também ao nível regional, nacional e transnacional.
Para isso, e sem prejuízo de outras formas de cooperação que venham a entender pertinentes no decorrer do processo que agora iniciam, irão trabalhar na promoção da formação profissional e na promoção, divulgação e partilha de conhecimento técnico, através da realização de ações concretas que permitam melhorar o conhecimento e o rendimento das populações ativas, a criação de serviços de apoio aos agricultores no âmbito das medidas de incentivo e financiamento, nomeadamente através da criação de um ponto local de esclarecimento e receção de pedidos de ajudas aos agricultores disponíveis no quadro da legislação nacional e europeia existente.
Vão também produzir iniciativas interculturais que promovam a descoberta recíproca e a saudável convivência entre comunidades, e ações suscetíveis de minimizar e combater a atual e bem identificada ausência de contacto e interação entre as camadas mais envelhecidas (maioritárias) e mais jovens das populações locais.
Para a concretização destas ações e a implementação do programa de cooperação em que as mesmas se enquadram, o CDCL e a CNJ propõem-se, por um lado, disponibilizar os seus animadores e técnicos disponíveis e, por outro, diligenciar no sentido da possibilidade de reforço desse programa através do Voluntariado Intergeracional (em linha com as oportunidades que estarão disponíveis em 2025 no âmbito da efeméride “Ano Europeu do Voluntariado”) e da partilha de experiências e recursos com cidadãos e entidades com que cada uma das organizações mantenha relações de colaboração ou parceria em outros territórios.
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