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Frimor - Feira Nacional da Cebola 2024

O Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares defende dignificação do trabalho agrícola para atrair jovens ao setor

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Frimor – Feira Nacional da Cebola 2024 Quinze ceboleiros nomeadamente de Alvorninha, mas também das Gaeiras venderam toneladas dos seus produtos na Frimor – Feira Nacional da Cebola, que decorreu de 29 de agosto a 1 de setembro em Rio Maior. Os agricultores presentes na Frimor, que nos últimos 7 anos o número reduziu em […]
Oferta de um cabaz com produtos locais secretário de Estado adjunto e dos Assuntos Parlamentares

Frimor – Feira Nacional da Cebola 2024

Quinze ceboleiros nomeadamente de Alvorninha, mas também das Gaeiras venderam toneladas dos seus produtos na Frimor – Feira Nacional da Cebola, que decorreu de 29 de agosto a 1 de setembro em Rio Maior.

Os agricultores presentes na Frimor, que nos últimos 7 anos o número reduziu em cerca de 50%, venderam a sua produção na zona envolvente ao Pavilhão Multiusos de Rio Maior, acompanhados pela exposição dos produtos do setor agroalimentar de Rio Maior. Na cerimónia inaugural o presidente da Câmara de Rio Maior lançou fortes críticas aos anteriores governos, pela forma como foi tratada a agricultura nacional nos últimos anos. O presidente da Câmara das Caldas, Vítor Marques, concelho de onde provêm a quase totalidade dos ceboleiros, lamentou as “dificuldades dos ceboleiros de Alvorninha em que a produção vai diminuindo, porque não há jovens para dar continuidade ao setor”. O secretário de Estado adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim concordou com os autarcas e garantiu que a agricultura estará entre as prioridades da ação governativa.

“Estou aqui para mostrar o empenho que o Governo tem em fazer um corte disruptivo com o abandono do setor agrícola a que o país foi sujeito nos últimos anos”, disse o secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim, que esteve presente na cerimónia de inauguração do certame que decorreu a 29 de agosto.

O governante que esteve em representação do Ministro e do Secretário de Estado da Agricultura salientou, que “esquecer a agricultura é um erro tremendo” revelando que “não é possível ter um conjunto de políticas de desenvolvimento económico noutras áreas com nas indústrias, novas tecnologias sem partir da base do setor primário”.  

“Desemprego jovem atingiu taxas obscenos e desproporcionais”

O secretário de Estado relembrou a “taxa elevada de desemprego jovem, que se aproxima dos 25%, desproporcional em muito dos cerca de 6% quando se analisa a faixa de população ativa”. “Nós temos que segurar os nossos jovens na sua terra onde têm direito de viver”, afirmou, apontando o setor agrícola como uma solução a este problema, com os incentivos certos.

Carlos Abreu Amorim garantiu que o Governo está empenhado em “criar políticas que voltem a trazer os jovens para a agricultura”.

“O objetivo é matar a ideia que a agricultura é uma coisa do passado para os mais velhos e de segunda categoria, e aproveitar a proficuidade que os mais jovens têm com as novas tecnologias para revolucionar o setor”, adiantou. 

Sobre a FRIMOR, Carlos Abreu Amorim reconheceu que “não devem existir muitas feiras no território nacional que tenham 302 anos, quase de efetivação ininterrupta”. “O facto de estarmos aqui num certame que se realiza quase ininterruptamente nos últimos três séculos comprova que um país que tem orgulho no seu passado não tem receio do futuro”, acrescentou.

O presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, Filipe Santana Dias, fez um agradecimento especial aos ceboleiros presentes na feira que “continuam, ano após ano, a regar as suas plantações com o seu esforço e garantem que a feira da cebola continue”. 

O autarca, convidou o secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, a fazer um “exercício de reflexão” recordando que no ano em que iniciou funções autárquicas na Câmara de Rio Maior, em 2017, então como vice-presidente, “cerca de 3 dezenas de ceboleiros, traziam a este certame o resultado do seu esforço e aqui o exibiam e comercializavam com orgulho, e hoje, temos cerca de 15 produtores agrícolas”.

“Em 7 anos o número de produtores decresceu cerca de 50%”, revelou, acrescentando que “durante vários anos, o setor agrícola foi maltratado e os agricultores foram menosprezados e vistos como profissionais de menor importância pelo Governo, afastando os jovens da agricultura, comprometendo em muito o futuro deste setor”.

Filipe Santana Dias apelou ao membro do Governo, que transmita ao Ministro e Secretário de estado responsáveis pela área da agricultura, a “missão de recapacitar um setor, essencial para o país e que durante tempo demais não teve quem o respeitasse”.

O presidente da Câmara de Rio Maior descreveu a Frimor como “o evento mais” marcante do calendário de Rio Maior, e que se adaptou às novas realidades”.

“Rio Maior tem feito importantes conquistas, na dinamização de atividades ao longo de todo o ano. Desta forma, a nossa comunidade tem garantido um fluxo de visitantes constante e em crescendo ao nosso território, assegurando com isso o crescimento da atividade económica no Concelho”, referiu. Enumerou algumas atividades que mereceram destaque como: as Tasquinhas, o Grande Prémio Internacional de Marcha, o Carnaval no Rio, as diversas atividades culturais, as atividades desportivas, o festival de arte circense Palhaçarte ou os Presépios de Sal. “Queremos manter e reforçar, porque acreditamos que somente um concelho com capacidade de atração de visitantes poderá divulgar de forma sustentada o seu bom nome e o seu produto, e receber com isso as contrapartidas desta aposta, incrementando a sua atividade económica”, declarou.

A presidente da Assembleia Municipal, Isaura Morais lembrou ainda, a longevidade da Feira da Cebola, um dos eventos mais antigos da região. “Há 300 anos atrás este evento tinha outra dimensão. Eu ainda me lembro de ver os carros de bois a passar na aldeia onde eu nasci, dia e noite, a levar as cebolas para o evento”, contou.

Também relembrou a importância da agricultura no sustento do país e a necessidade de revitalizar o setor, criando incentivos para chamar os jovens para a agricultura.

O presidente da Câmara de Caldas da Rainha, Vítor Marques, concelho de onde provêm a quase totalidade dos ceboleiros presentes na Frimor, falou da diminuição da produção de cebola porque não há jovens para dar continuidade ao setor”.

“Se há uma matriz neste evento, que é a cebola, de certeza que Alvorninha vai continuar a trabalhar para isso, e claro também um conjunto de outros agricultores. Depois toda a dinâmica empresarial, da economia de Rio Maior e das zonas limítrofes com certeza darão oportunidades para que possa continuar a florescer”, afirmou o autarca.

Vítor Marques reconheceu haver um conjunto de fatores que unem Caldas da Rainha e Rio Maior, nomeadamente “a nova NUT que, com certeza, trará ao nosso território uma dimensão diferente”.

“Este território precisa de um olhar atento dos nossos governantes porque com capacitação que temos vindo a demonstrar, precisamos do apoio do Estado Central”, afirmou dirigindo-se ao secretário de Estado.

A cerimónia inaugural iniciou com um momento musical com Manuel Antunes e Eduardo Marques.

No final dos discursos, Carlos Abreu Amorim recebeu um cabaz oferecido pela Câmara de Rio Maior e dos produtores e expositores presentes.

Ceboleiros de Alvorninha escoam produção

Após a sessão de abertura a comitiva fez a visita ao certame com especial foco nos tradicionais ceboleiros, que ano após ano dão vida à Feira Nacional da Cebola.

As tradicionais réstias de cebolas (trançar as cebolas) continuam a ser uma imagem presente na Frimor, demonstrando o empenho dos ceboleiros em manter a qualidade e diferenciação do seu produto.

Este ano a colheita foi mais pequena, devido às condições climatéricas onde a chuva causou alguns estragos.  Foi nos primeiros dois dias do certame que quase todos os ceboleiros venderam a produção que levaram.

Alguns tiveram que reforçar a sua oferta inicial, indo buscar mais cebolas para serem vendidas até ao final da feira.

Embora a produção deste ano seja menor devido à chuva, Carlos Leal de 69 anos de idade de Alvorninha garante que a cebola é de “boa qualidade”. Já aposentado ele e a sua esposa produzem cebola há mais de 40 anos.

Este ano produziram cerca de 8 toneladas, metade das quais vendeu em Rio Maior. A cebola tem o preço de 1,50 euros por quilo (réstia) e a solta custa 80 cêntimos ao quilo.  Lamentou as dificuldades, nomeadamente os custos de produção, que aumentaram muito, nomeadamente o preço dos adubos, pesticidas e gasóleo.

Eduardo Jorge e Maria Fernandes, das Gaeiras, levaram para a Frimor cerca de quatro mil quilos de cebola. Continuam a produzir, mas garantem que quando deixarem a agricultura “acabou” porque os filhos não “querem dar continuidade ao cultivo da cebola entre outros produtos agrícolas”.

Eduardo Ferreira ajuda o sogro, José Ferreira, a cultivar e a fazer os tratamentos da cebola. Diretamente da Moita, Alvorninha, trouxe para vender na feira 5 toneladas do produto.

O ceboleiro afirmou que o “tempo não esteve favorável” para a produção da cebola. Além desta dificuldade, também referiu que “não há ninguém que queira trabalhar nesta área”.

Maria do Céu Silva, de Alvorninha, trabalha na agricultura. A agricultora produz cebola, batata, feijão e alho. Quanto à produção, confirmou “não está fácil por causa deste tempo e dos parasitas”. Por isso, este ano só trouxe 500 quilos de cebolas para a feira em vez das duas toneladas que era costume.

Relativamente ao futuro da sua profissão, afirma “não há pessoal para este oficio”.

Filomena Tomé é de Alvorninha e participa na Frimor há cerca de 50 anos. A produtora de cebola referiu que a produção “vai dando para vender alguma coisa”.

Em relação ao futuro da atividade diz “trabalharei até a terra me der”. Sobre quem virá a seguir para dar continuidade ao trabalho, expressou “não sei, logo se vê”. 

GNR, Nena e Cláudia Martins & Minhotos Marotos foram os cabeças de cartaz deste evento, que contou também com o Festival de Bandas Filarmónicas que animou o último dia do certame.

A Taça de Portugal de Pára-quedismo, também esteve de regresso a Rio Maior, para um espetáculo aéreo de dois dias inesquecíveis. Tratou-se de uma prova de precisão de aterragem, que decorreu no sábado e no domingo. A iniciativa é do Pára-clube Nacional “Os Boinas Verdes”, com o apoio da Câmara Municipal de Rio Maior, a Federação Portuguesa de Pára-quedismo e a DESMOR.

Houve ainda, no Pavilhão Multiusos, venda de artesanato e de produtos do sector agro-alimentar do concelho – como sal, queijo, azeite, mel, entre outros –, uma área de exposição empresarial, bem como uma zona reservada à gastronomia regional, à doçaria e aos licores. A feira contou ainda com uma zona de divertimentos, o Frimor Fun Park, e um amplo espaço de restauração, onde os visitantes puderam degustar a gastronomia típica da região, confecionada pelas associações do concelho de Rio Maior.

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O governante e o presidente da Câmara de Rio Maior com a produtora Maria do Céu Silva de Alvorninha
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José Henriques, presidente da Junta de Alvorninha, Carlos Leal, ceboleiro e Vitor Marques, presidente da Câmara das Caldas
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Eduardo Ferreira com o seu Sogro e esposa
Frimor 5

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