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História em destaque nos 97 anos de elevação das Caldas a cidade

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Foi com um espetáculo musical com o duo Duarte & Kika que iniciou a cerimónia comemorativa dos 97 anos da elevação das Caldas da Rainha a cidade, a 26 de agosto.
Cerimónia comemorativa dos 97 anos da elevação das Caldas da Rainha a cidade

Foi com um espetáculo musical com o duo Duarte & Kika que iniciou a cerimónia comemorativa dos 97 anos da elevação das Caldas da Rainha a cidade, a 26 de agosto.

Em plena rua das Montras, num palco improvisado junto à sede da União de Freguesias das Caldas – Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório, e com largas dezenas de pessoas a assistir, os músicos interpretaram “Figa da Guiné”, “Calema te Amo”, “Loucamente”, “E Agora”, “Desfolhada Portuguesa” entre outras. Também na rua estava patente uma de exposição de fotografias referente a agosto de 1927 nas Caldas.

De seguida, decorreu no salão nobre do edifício da Junta de Freguesia, uma sessão “dedicada à história das Caldas da Rainha”.

“A história não pode ser apagada”, disse Pedro Brás, presidente da União das Freguesias de Caldas da Rainha, Nossa Sª do Pópulo, Coto e São Gregório, que esteve a cargo da organização da comemoração dos 97 anos de elevação das Caldas a cidade.

Pedro Brás que iniciou a sessão, salientou que outra “história vai acontecer a 17 de novembro de 2025, em que perfaz os 500 anos do falecimento da Rainha D. Leonor”. “Devíamos começar a pensar seriamente nas comemorações de homenagem aos 500 anos da morte de D. Leonor que mandou construir o hospital termal”, disse, o presidente da Junta.

Luís Nuno Rodrigues, professor Catedrático do departamento de História do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, começou por dizer que foi em “agosto de 1927 que teve lugar o anúncio oficial de elevação a cidade, que foi feita por ocasião da V Exposição Agrícola, Industrial e dos Automóveis das Caldas da Rainha, que se realizou no Parque D. Carlos I”. 

Na sua intervenção, o professor de história baseou-se na evolução dos 60 anos das Caldas da Rainha a partir de 1874.

Utilizou três fontes históricas distintas das Caldas da Rainha que “lhe parecem muito reveladoras como uma descrição de 1874, outra de 1906 e uma outra mais próximo da data que hoje celebramos, de 1934”. “São três publicações de carácter nacional, dicionários quase enciclopédicos, pela dimensão da informação que proporcionam”, referiu.

A primeira fonte em que se baseou, foi o   dicionário geográfico e estatístico de todas as cidades, vilas e aldeias de Portugal, onde refere que Caldas da Rainha em 1874 tinha 450 fogos e 1700 habitantes. O documento refere que, na “estação dos banhos há aqui uma concorrência extraordinária da gente de muitas povoações do reino, sobretudo de Lisboa”.

Segundo Luís Nuno Rodrigues, Caldas da Rainha em 1906 tinha 4639 habitantes. Referiu que o crescimento da vila nas últimas décadas do século XIX, deveu-se com a chegada do comboio, a ação de Rodrigo Berquó e a Indústria cerâmica. “Em 1930, Caldas tinha já 7829 habitantes”, referiu o professor, que falou também da dimensão política onde o grupo “regionalista” na Câmara Municipal, desde 1925 (José Saudade e Silva, Júlio Lopes, António Montês entre outros), fizeram melhoramentos e potencializaram recursos nas Caldas.

Já o historiador caldense Mário Lino e diretor do Museu de Ciclismo, disse que, desde os 11 anos de idade, ou seja, há 66 anos, que coleciona toda a documentação importante das Caldas da Rainha. “Tenho um dos maiores arquivos originais, que pretendo um dia oferecer ao Município caldense, mediante a elaboração de um protocolo de doação”, disse. 

“Caldas da Rainha, já era cidade antes de o ser. Foi por mérito próprio”, salientou, Mário Lino. “Costumes, tradições, desportos, comércio, indústria, imprensa, termas, topónimos, o Parque D. Carlos I e muitos outros momentos de grande importância para a memória coletiva, desde os últimos anos da monarquia à elevação da vila à categoria de cidade, ocorrida em agosto de 1927, fruto de um decreto assinado pelo então Presidente da República, Marechal Carmona, após a realização das grandes feiras Industriais de 1923, 1925 e 1927 que trouxeram às Caldas da Rainha o que de melhor se fabricava no mundo, juntamente com milhares de forasteiros.  

“ESAD.CR um dos mais significativos investimentos nas Caldas”

O antigo presidente do Município das Caldas, Fernando Costa, foi convidado para fazer um balanço dos seus 27 anos na presidência da Câmara das Caldas da Rainha.

Mas antes de fazer um breve resumo da atividade camarária, e a caracterização e desenvolvimento no período em que foi presidente da Autarquia, de 1986 a junho de 2013, Fernando Costa deixou algumas mensagens. Uma delas foi, que a Câmara comece a preparar os 500 anos do falecimento da Rainha D. Leonor e as comemorações dos 100 anos da elevação de Caldas a cidade, que acontece em agosto de 2027.

Sugeriu ainda, que o Município nomeasse uma comissão de historiadores, para fazer a segunda edição do livro “Terra de Águas “, que será a história das Caldas de 1927 até os dias de hoje.  “Estão aqui dois grandes historiadores, que colaboraram na primeira edição do livro, o Dr. Mário Tavares e o professor Catedrático Luís Nuno Rodrigues. Fez referência ainda a João Bonifácio Serra, que também participou no livro, e que já não está entre nós.

Quanto ao balanço da sua atividade como presidente, recordou a construção da Escola Superior de Artes e Design (ESAD.CR), obra do Governo, mas da iniciativa do Município, nos anos de 1987, com cerca de 2000 alunos. Foi para Fernando Costa, “um dos mais significativos investimentos nas Caldas, no início da década de 90 e para sempre”.

Destacou ainda, a construção do CCC – Centro Cultural e Congressos de Caldas da Rainha, que foi inaugurado em 2008.

Antes das intervenções dos convidados, a representante da Assembleia de Freguesia, Guilhermina Moura, referiu, veio estudar em 1998 para a ESAD.CR e “cá fiquei escolhendo esta cidade para viver e constituir família”, considerando, ser uma cidade que tem evoluído “ao sabor das exigências”.

Nuno Aleixo, presidente da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro, pediu “união de todos” para que Caldas seja melhor e maior”.

Alice Gesteiro, presidente da Junta do Nadadouro, que esteve presente em representação da Assembleia Municipal, recordou a sua função na Secla, que a marcou.

Sandra Martins, apresentou o sabonete feito com água Termal, alusivo aos 97 anos de elevação de Caldas da Rainha a cidade, onde a nova imagem desta edição, foi criada pelo artista Manuel Bandeira Duarte.  

Coube ao presidente da Câmara, Vítor Marques, encerrar a cerimónia, salientando que estão a iniciar a preparação das comemorações do centenário da elevação a cidade, que terão lugar em 2027.

O autarca, vê nas Caldas “um enorme potencial”, e, destacou que os últimos censos indicam que a população tem vindo a crescer na cidade das Caldas, embora as freguesias mais rurais, tenham perdido habitantes.   Reconhece que há muita coisa por fazer, mas acredita na “resiliência e capacidade de continuar a desenvolver estratégias para o concelho”.  Espera melhores condições no Termalismo, Hospital, Lagoa de Óbidos e eletrificação da linha do Oeste”.

A celebração terminou com um concerto na Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, do Grupo “Canta Compaña”, com a participação do Grupo Coral de Caldas da Rainha (Música Gallega, Medieval e Celta – Coro e Harpa).

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Espetáculo musical com o duo Duarte & Kika
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Mário Lino, Luís Nuno Rodrigues e Fernando Costa
 
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