A Horta Pedagógica da Escola Básica e Secundária de Cadaval, iniciada no ano letivo de 2023-2024, terminou a sua fase de implementação com um saldo muito positivo.
Trata-se de um projeto coletivo, que envolve alunos, docentes e assistentes operacionais do Agrupamento de Escolas do Cadaval e o Eco-Escolas, em articulação com o Município do Cadaval, no qual colaboram agricultores tradicionais (como João Vieira) e entidades como a Quercus e o Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Montejunto. O enquadramento é dado pelo Plano Municipal de Ações de Educação Ambiental e o Projeto Educativo da Escola, elencando com os conteúdos programáticos e com a disciplina de Cidadania.
Ao longo deste ano desenvolveram-se atividades de âmbito teórico e formativo (ações de sensibilização destinadas a docentes e a alunos), mas igualmente de caráter prático (semeadura e plantação de espécies arbustivas e agrícolas tradicionais e autóctones, em modo de produção agroecológico e biológico, colocação de hotéis para polinizadores), participadas pela comunidade escolar e por visitantes ao abrigo do programa europeu Erasmus+ (docentes e alunos alemães).
A finalidade é estabelecer sinergias e parcerias para a promoção da biodiversidade, a conservação de espécies (em particular as autóctones), a comunicação intergeracional e a partilha de saberes e práticas ancestrais, bem como impulsionar formas de cidadania responsável e maior consciência ecológica.
A coordenadora do Eco-Escolas, Manuela Santos, e responsável pela Horta Pedagógica, Teresa Leal, manifestaram que o resultado “foi excelente a todos os níveis”. “Houve confiança e incentivo por parte da direção, grande disponibilidade e interesse por parte dos alunos e, paralelamente, a Câmara Municipal do Cadaval esteve sempre presente ao nível das infraestruturas e também da prestação de apoio com pessoal especializado”.
“A comunidade também esteve envolvida na pessoa do sr. João Vieira, carinhosamente apelidado de “Guardião de Sementes”. O sr. João veio à horta semear trigo de três variedades (Almançor, Barbela e Raspinegro) e explicar um pouco da sua história e processo de cultivo”, referiram.
Segundo fizeram notar, “a existência de um espaço verde onde os alunos possam mexer, trabalhar a terra e aprender a produzir alimentos implementando padrões de produção sustentáveis assentes no respeito pela saúde e ambientalmente livres de produtos químicos é fundamental para o seu bem-estar físico, psicológico e emocional”.
“Somos da opinião que os benefícios são mais abrangentes, pois apesar de abarcarem, numa primeira instância e de forma direta a comunidade escolar, ultrapassam as fronteiras da escola ao relacionar-se com as comunidades e estruturas locais”, vincaram. As responsáveis declararam que “só podemos desejar que o projeto continue a evoluir no sentido de envolver ainda mais a comunidade escolar e não escolar, e continue a possibilitar a aquisição de conhecimentos e partilha de saberes tão essenciais ao desenvolvimento integral dos nossos alunos”.
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