Q

Previsão do tempo

19° C
  • Friday 23° C
  • Saturday 20° C
  • Sunday 19° C
19° C
  • Friday 24° C
  • Saturday 21° C
  • Sunday 20° C
20° C
  • Friday 26° C
  • Saturday 22° C
  • Sunday 21° C
Congresso debateu futuro da pera rocha

“Aumentar o rendimento dos agricultores é a nossa prioridade”

EXCLUSIVO

ASSINE JÁ
“Aumentar o rendimento dos agricultores é a nossa prioridade”. Foi isso que defendeu o ministro da Agricultura e Pescas, no dia 27 de junho, na Praça da Criatividade, em Óbidos, no âmbito da Interpera, o maior congresso internacional dedicado ao tema da pera. O evento, que se iniciou no dia 26 com visitas técnicas, foi organizado pela Assembleia das Regiões Europeias Produtoras de Frutas, Legumes e Hortaliças (AREFLH) e pela Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha (ANP).
Jean-Louis Moulon, vice-presidente da AREFLH, José Manuel Fernandes, ministro da Agricultura e Pescas, Filipe Daniel, presidente do Município de Óbidos, e Filipe Ribeiro, presidente da ANP

Congresso debateu futuro da pera rocha

José Manuel Fernandes, que presidiu ao encerramento do evento, disse à plateia composta pelos principais atores do setor internacional da pera, que é preciso “desburocratizar” e melhorar o “rendimento” do agricultor.

O governante considera que “é importantíssimo que o agricultor não seja o perdedor da cadeia de valor”, devido a baixos preços que o “impeçam de ter um rendimento digno”. “Se olharmos para o salário do agricultor português, cerca de 40% da média das outras profissões, há aqui uma injustiça”, vincou, acrescentando que na revisão do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) “vamos aumentar o rendimento aos agricultores”.

“Na agricultura em que temos uma média de idade dos agricultores superior a 64 anos e olhar para esta plateia e ver tanta gente jovem, isto é sinal de esperança e de uma aposta no setor que nós queremos ajudar”, referiu, acrescentando que têm ainda como objetivo a “renovação geracional dos agricultores”, e para isso necessitam de “estabilidade financeira”.

O ministro da Agricultura e Pescas diz que não pode ser a “Política Agrícola Comum (PAC) a financiar tudo aquilo que está relacionado com a agricultura”. “Os programas operacionais regionais têm de ajudar”, adiantou, defendendo “a agricultura de precisão e da conetividade com acesso aos dados dos satélites como o Sentinel e o Copernicus, e isto implica internet no território todo”.

O membro do Governo apontou ainda que o setor deve evoluir para responder “de forma proativa” aos desafios comuns, como as alterações climáticas e a qualidade dos solos”. “Nós temos pragas, doenças das plantas, que existem em toda a Europa. Temos de concentrar esforços na investigação e na inovação e utilizar programas europeus no horizonte da Europa”, sublinhou.

“Em setembro abrirão candidaturas no PEPAC com o objetivo de resolver questões relacionadas com o granizo e a geada”, contou.

O ministro revelou também que em setembro vão ter um instrumento financeiro que “são empréstimos, onde os primeiros cinco anos vão ter taxas de juros zero”. “Com este instrumento financeiro os agricultores podem adquirir terra, que é um entrave para os jovens que estão a começar”, exemplificou.

O governante destacou o crescimento da ANP, que “para além de promover e organizar a produção nesta região, os seus associados, sempre de sucesso, representam 90% da produção total de pera rocha e 100% de pera rocha com denominação de origem protegida”.

“Temos de valorizar os nossos produtos e a pera rocha é sinal de qualidade de resiliência e uma mais-valia ligada ao território”, apontou o ministro, adiantando que é preciso reforçar as nossas “exportações”. Defendeu que é importante não esquecer que a União Europeia “é um Estado sem barreiras de 450 milhões de pessoas”. “Muitas pequenas e médias empresas olham para um território português de 10 milhões de pessoas e esquecem-se que há aqui um espaço de 450 milhões”, sustentou.

“Em Portugal, de 2014 a 2023, o nosso déficit agroalimentar passou de 1.100 milhões de euros para mais de 3.300 milhões de euros. Triplicámos o déficit”, relatou.

“Para reforçar a autonomia estratégica no setor agroalimentar é fundamental valorizar a agricultura. Só conseguiremos ter produtos de qualidade a preços acessíveis com um reforço da PAC a par de uma articulação e eficiente utilização de programas e fundos europeus”, afirmou.

O Interpera regressou a Portugal dez anos após a edição de 2014, em Santarém. Em Óbidos, os participantes puderam estabelecer contactos e discutir questões-chave relacionadas com a pera durante dois dias.

Portugal é um dos principais países produtores de pera da Europa, com um potencial de produção de cerca de 200 mil toneladas por ano, das quais cerca de 60% são exportadas.

A ANP foi criada em 1993 e representa cerca de 86% da produção da pera rocha em Portugal.

A pera rocha é a campeã da exportação frutícola, com mercados em 20 países, em especial países comunitários (50%), Marrocos (20%) e Brasil (20%).

Melhoramento genético da pera rocha

O presidente da ANP, Filipe Ribeiro, revelou que “se tudo correr bem até à colheita” a campanha, que no ano passado rondou 100 mil toneladas de pera, poderá este ano chegar às 115 mil toneladas.

O dirigente apontou problemas “imponderáveis” como os registados nos últimos anos, entre os quais as doenças, sobretudo o fogo bacteriano e um “escaldão solar”, poderão frustrar as expetativas dos produtores.

“Temos invernos amenos cada vez menos frios e temos, por outro lado, na primavera e na altura da floração, principalmente, tempos instáveis, com mais frio, e depois temos episódios até de vir muito calor, que também não é bom”, explicou, referindo que a primavera como a conhecíamos parece que “desapareceu”.

Este responsável referiu que foi assinado no primeiro dia do evento um protocolo entre a ANP e a INIAV (Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária) sobre o melhoramento genético. “É o pontapé de saída para maximizar um trabalho ao nível do melhoramento da pera rocha”, contou, acrescentando que “é um caminho que leva tempo, onde o primeiro passo é certificar material vegetal que já está identificado e que já temos algumas garantias que pode minimizar os problemas”.

“Haver alimentos para toda a gente tem a ver com o melhoramento genético que foi feito ao nível das plantas e por outro lado as ferramentas defensivas dessas próprias plantas”, adiantou, revelando que querem envolver neste projeto os municípios, universidades, escolas profissionais e os técnicos das organizações.

Filipe Ribeiro salientou que “a balança comercial está a ficar desequilibrada em termos das importações e das exportações dos produtos agrícolas”. “Portanto, se não valorizarmos o que é nosso e não conseguirmos ter melhores níveis de produção através da tecnologia, aquilo que vai acontecer é importarmos produtos com segurança alimentar parte das vezes até duvidosa”, declarou.

O presidente da ANP destacou que na Interpera participaram cerca de 200 pessoas, “que é a maior afluência de sempre”. “

“Houve visitas distribuídas pelos vários concelhos, no fundo também interessava juntar a área cultural que envolve a pera rocha à vertente turística e à nossa história”, relatou.

(0)
Comentários
.

0 Comentários

Deixe um comentário

Últimas

Artigos Relacionados

Alunos desenharam “Máquina de Fazer Corações”

Os alunos do 2º D do Complexo Escolar do Alvito, no concelho de Óbidos, desenharam uma “Máquina de Fazer Corações”, capaz de espalhar corações de papel por toda a comunidade escolar como símbolo de amor e empatia pelo próximo.

coracoes

Da Alemanha ao Vau a correr

Daniel Lopes Pereira percorreu cerca de 2900 quilómetros em 71 dias. Enfrentou chuva e neve no percurso entre Alemanha e Vau, em Óbidos. No passado sábado, na chegada, confessou que “houve dias difíceis”, mas nunca pensou desistir.

vau

Espetáculo “Feliz Aniversário” traz João Baião ao CCC

João Baião está muito “feliz” por voltar a Caldas da Rainha e desta vez com o espetáculo “Feliz Aniversário”, que vai ter três sessões, a 19 (21h30) e 20 de julho (16h00 e 21h30) no CCC - Centro Cultural e de Congressos.
Em declarações ao JORNAL DAS CALDAS, o apresentador de televisão e ator garante um espetáculo de “puro entretenimento com muitas gargalhadas e diversão”.

Feliz Aniversario 1