Para Mithá Ribeiro, cabeça-de-lista do Chega por Leiria, que volta a ter lugar marcado na próxima legislatura, os “resultados no distrito são bons, uma vez que refletem o que aconteceu no país”. “Ao longo de dois anos temos feito um trabalho sustentável em Leiria para afirmar socialmente, portanto, o resultado não surpreende e é claro que nós queríamos eleger o terceiro deputado”, contou.
Quanto às afirmações na noite de eleições de Pedro Nuno Santos que atribuiu os resultados do Chega a “portugueses zangados”, o candidato do distrito de Leiria reeleito não considera que os bons resultados do partido foram um protesto da população, mas sim têm a ver com “governantes falhados”. “Tem a ver com um país económica e socialmente falhado. Nós vivemos um período histórico sem precedentes de falência das instituições, na saúde, no ensino e na segurança”, apontou.
“Há uma ignorância imensa em perceber as transformações sociológicas do mundo”, salientou, acrescentando que “as pessoas insistem em não perceber que o Chega é mais do que um partido político, é também um movimento social e cívico”. “O Chega está a crescer de forma sustentável desde 2019. A cada eleição afirma-se com mais força. Esta eleição foi mais um caso que rebentou muitas das análises que havia contra o Chega, com acusações absurdas”, manifestou.
Mithá Ribeiro afirmou ainda que um “milhão e cem mil votos quer dizer que há um fenómeno social e as pessoas vão falar umas com as outras sobre aquilo que está a acontecer, o que quer dizer que nas próximas eleições nós vamos continuar a crescer”.
Para o deputado “o Chega concretizou uma transformação social profunda. Aquela maioria sociológica direita que se falava já está aí e vem para ficar. Portanto, dizer que isto é dos portugueses zangados não é verdade”.
Para que haja estabilidade no país Mithá Ribeiro defende que “a direita seja adulta e não falo do Chega, mas da AD e da Iniciativa Liberal”.
“É preciso um consenso a partir de uma orientação moral e cívica e em fevereiro publiquei um livro chamado “12 regras para um Portugal mais justo” e o livro prova que “o Chega tem ideias muito além do nosso campo partidário”. “Ninguém pode dizer que o Chega não tem ideias”, declarou, considerando que há uma mentira “instalada no espaço público de que todas as ideias que não estão de acordo com o padrão esquerda não são faladas”. “O livro mostra o trabalho que o Chega fez no Parlamento e não foi aquilo que chegou à opinião pública”, sustentou.
Considera que Portugal “vive numa ditadura mental de esquerda porque há um controlo político das escolas, instituições, universidades, comunicação social, meios intelectuais e artísticos”.
O candidato reeleito referiu ainda que o país “está a adaptar-se às tendências da Europa, que é o fim dos sistemas partidários”. “Estas eleições vieram provar que o monopólio apenas por um partido político, seja da esquerda ou direita, está a passar à história”, revelou.
Quanto ao novo Hospital do Oeste, Mithá Ribeiro disse que há “um problema sério de falta de coesão do território nacional e a localização entre Caldas da Rainha e Óbidos dava-nos melhores garantias e é a mais equilibrada na defesa da coesão territorial e também por haver aí menor acesso à capacidade instalada de serviços de saúde privados comparativamente ao sul do distrito”. No entanto, “Bombarral é uma zona mais central e justa para as populações”, adiantou.
“Se for o entendimento da AD é importante voltar a discutir a questão da localização, mas também não queremos que a reabertura da discussão sirva para adiar a construção do equipamento”, declarou.
Segundo Mithá Ribeiro, a sua primeira prioridade relativamente ao distrito de Leiria como deputado reeleito vai ser a “construção do novo Hospital do Oeste, que é estratégica”. “Outra prioridade é tentar resolver o problema sério do distrito, onde o litoral que tem algum dinamismo e a zona do interior está muito abandonada e despovoada”. “As vias de comunicação e a ferrovia são fundamentais”, apontou. Defende ainda para o distrito formação profissional no ensino secundário mais próximo das empresas.
Garante que apesar de terem “perfis deferentes”, vai tentar articular o trabalho com o segundo eleito do Chega por Leiria, Luís Paulo Fernandes.
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