A quantidade de bivalves na Lagoa de Óbidos tem vindo a diminuir devido à insuficiente renovação de água, que ameaça aquele ecossistema com assoreamento e proliferação de limos, revelou a Associação de Pescadores e Mariscadores da Lagoa de Óbidos (APMLO) numa reunião na passada quinta-feira com a secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho.
No encontro, realizado na freguesia do Vau, em Óbidos, confinante com a Lagoa, foi exposta esta preocupação e deixado o alerta para a necessidade de uma intervenção urgente, nomeadamente através de uma dragagem e da abertura de um canal com urgência, para manter a ligação ao mar, uma vez que a atual zona da designada ‘aberta’ está estreita.
A preocupação dos mariscadores prende-se com “um enorme desenvolvimento de limos que tem vindo a acontecer nos últimos dois anos, cuja causa pode estar na oxigenação insuficiente da água, devido ao assoreamento de grande parte do corpo da lagoa”, explicou à agência Lusa o presidente da APMLO, Sérgio Félix.
Este é um problema cíclico, uma vez que a oxigenação da água da Lagoa depende da ligação feita pela ‘aberta’, que periodicamente acaba por fechar devido ao assoreamento. “Neste momento, a ‘aberta’ não está fechada, mas a água que chega ao leito da lagoa é insuficiente e, na maré baixa, são visíveis muitos bancos de areia que evidenciam a necessidade de ser aberto um canal com mais caudal e que assegure a entrada de maiores quantidades de água do mar”, afirmou Sérgio Félix.
Além da escassez de oxigenação “pôr em risco a sobrevivência dos bivalves, que têm vindo a diminuir, a exagerada quantidade de limos está a deixar os mariscadores sem locais onde seja possível fazer a apanha, tendo havido já vários casos em que os limos se enrolam no motor do barco, fazendo-o rebentar”, acrescentou.
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