No dia 28 de outubro, pelas 21h30, o CCC — Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha será palco do regresso do Real Combo Lisbonense à cidade.
O grupo atuou em Caldas da Rainha, no CCC, em 2010, numa “segunda-feira de Carnaval fustigada por uma forte tempestade, o que naturalmente levou poucas pessoas a sair de casa”. O grupo musical espera que neste regresso “tenha sala cheia”.
O Real Combo Lisbonense foi fundado em 2009 por dois caldenses: João Paulo Feliciano e o irmão, Mário Feliciano. A ideia foi criar uma orquestra de música de dança que recuperasse a tradição das orquestras e conjuntos de baile que animavam bares, restaurantes, hotéis, casinos e festas nos anos 50 e 60 do século passado, e, simultaneamente, explorar os primórdios da música pop portuguesa.
Em 2014 o Real Combo Lisbonense estreou no auditório ao ar livre da Fundação Calouste Gulbenkian o espetáculo “Saudade de Você”, inteiramente dedicado ao repertório de Carmen Miranda. Entre 2014 e 2017 o grupo levou este espetáculo do Minho ao Algarve.
Segundo João Paulo Feliciano, o espetáculo que vai decorrer no CCC não terá o formato de baile, até porque vai decorrer no grande auditório. “Depois da tournée com o espetáculo da Carmen percebemos que o Real Combo Lisbonense também funciona em auditório. Ou seja, tanto podemos tocar num salão de baile, onde as pessoas dançam e nem prestam assim muita atenção ao que se passa em palco, como podemos tocar num auditório, em formato concerto, e aí o público assiste e aprecia de uma forma mais atenta”.
Para João Paulo Feliciano, o espetáculo do Real Combo Lisbonense no CCC é consequência natural da sua recente reaproximação à cidade.
A convite do atual executivo camarário, o músico e artista plástico caldense integra o júri do concurso para novo diretor do CCC, lançado no início de maio.
Conhecedor de muitas salas de espetáculo em Portugal, considera o grande auditório do CCC “um dos melhores do país, com condições fantásticas”.
“É importante que a cidade tire o máximo partido deste equipamento, tanto o público como os artistas”, salientou. O espaço exterior “poderia ser pensado e aproveitado para aproximar e dar mais vida ao CCC”. “É importante também que o CCC faça um trabalho fora do edifício, estabeleça ligações com a cidade e comunidade caldense”, vincou.
João Paulo Feliciano defende também um maior investimento na vertente educativa, no “trabalho de formação dos jovens em idade escolar, incentivar as novas gerações de público para que as atividades do CCC passem a fazer parte dos seus hábitos”.
Nascido nas Caldas da Rainha em 1963, João Paulo Feliciano é licenciado em Línguas e Literaturas Modernas pela Universidade de Lisboa. Vive e trabalha em Lisboa desde 1994.
O seu percurso é multifacetado, abrangendo diversos campos de expressão e formas artísticas. No entanto, é a partir do seu trabalho como artista plástico que João Paulo Feliciano tem afirmado o essencial da sua linguagem. A sua obra compreende instalação, objetos, pintura, desenho, fotografia, vídeo, luz, som, música, design gráfico, arquitetura, entre outros.
Foi co-autor e director artístico do espetáculo Acqua Matrix, apresentado todas as noites durante a Expo 98.
Em 2009 criou a editora discográfica e produtora musical Pataca Discos, através da qual editou o álbum de estreia da cantora-compositora Márcia (do qual foi co-produtor) bem como os discos de estreia de bandas e artistas tais como You Can’t Win, Charlie Brown, Benjamim, Bruno Pernadas, e claro, Real Combo Lisbonense.
Desde 2012 que tem a seu cargo a direção artística do recinto do festival Primavera Sound no Porto.
Entre 2015 e 2016 realizou o projeto “Xabregas City”, um importante levantamento fotográfico da zona oriental de Lisboa, publicado online e em livro.
Atualmente tem patente uma exposição individual no campus da Universidade Católica Portuguesa no Porto, com um conjunto de obras de João Paulo Feliciano dos anos 1990 e 2000 pertencentes à Coleção de Serralves. As obras apresentadas são representativas de momentos distintos do percurso do artista, revelando continuidades e ruturas que marcaram a sua prática artística ao longo dos últimos trinta anos. A mostra tem ainda uma peça nova criada pelo artista para esta exposição.
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