Maria Raquel Ribeiro, natural de Adão Lobo, concelho de Cadaval, uma das fundadoras da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), faleceu no passado dia 4, aos 96 anos.
Nascida a 16 de março de 1925, estudou no Instituto de Odivelas e no Instituto Superior de Serviço Social de Lisboa. Diplomada como assistente social em 1948, teve uma intensa e longa carreira como funcionária pública, iniciada em 1949 no Instituto de Assistência à Família, e, entre 1951 e 1971 exerceu funções na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), onde dirigiu o Serviço Social.
Considerada como um exemplo por toda a sociedade civil, viu ser reconhecida a sua dedicação e trabalho na área ao dar o seu nome ao Prémio Envelhecimento Ativo, que este ano celebra onze anos de existência. Uma iniciativa promovida pela Associação Portuguesa de Psicogerontologia, que conta com o apoio da Santa Casa e da Fundação Montepio.
Este prémio reconhece a vida e atividade de pessoas com 80 e mais anos, que continuam a desenvolver atividade profissional ou cívica relevante, em várias categorias.
Foi, ainda, durante dez anos, dirigente do Sindicato Nacional dos Profissionais de Serviço Social e uma das principais promotoras da Comissão do Portuguesa do Conselho Internacional do Serviço Social, a que presidiu em 1969.
Integrou como deputada a Assembleia Nacional, entre 1969 e 1973, onde teve um papel fundamental nas várias sessões legislativas no âmbito do trabalho, previdência, saúde e assistência social. No pós-25 de abril, foi assessora da secretária de Estado dos Retornados, da Segurança Social e do ministro dos Assuntos Sociais e Presidente da Comissão Instaladora e do Conselho Diretivo do Centro Regional de Segurança Social de Lisboa. Dedicou-se em especial às políticas para a terceira idade, da família e ao apoio integrado a idosos.
Foi uma das associadas que fundou a APAV a 25 de junho de 1990, cuja missão acompanhou assiduamente, por muitos anos. Em sua homenagem, a APAV inaugurou a Sala Maria Raquel Ribeiro, a 10 de novembro do ano passado, no Gabinete de Apoio à Vítima do Cadaval.
Marcelo Rebelo de Sousa, numa nota publicada no site oficial da Presidência da República, transmitiu que Maria Raquel Ribeiro teve “uma longa vida totalmente dedicada aos outros e à ação social, à qual se dedicou com alma e coração”.
“Mesmo depois de deixar a atividade profissional, nunca deixou de colaborar na mesma área, promovendo diversas atividades na prossecução de um envelhecimento ativo, para ela e para os outros”, sublinhou o Presidente da República.
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