Um homem de 50 anos foi condenado nesta terça-feira a doze anos de prisão por ter esfaqueado mortalmente um amigo, de 40 anos, no Bairro dos Arneiros, nas Caldas da Rainha, a 31 de janeiro deste ano.
O Tribunal de Leiria considerou provado que Ademir Sousa Almeida, com dupla nacionalidade – brasileira e portuguesa – madeireiro de profissão, utilizou uma faca de 18,5 centímetros para atingir Devair Ambrósio Ventura, também brasileiro e madeireiro, por três vezes, no tórax, na sequência de uma discussão após um churrasco com muito álcool à mistura, na casa da vítima, no rés-do-chão do 2B da Rua Jacob Castro Sarmento.
Segundo a acusação, ao longo da tarde a vítima realizou um churrasco na sua residência, onde estiveram presentes o arguido, entre outras pessoas, ingerindo bebidas alcoólicas. Já no final da tarde, na cozinha da residência, Devair e Ademir tiveram uma discussão devido ao facto do mais velho suspeitar que o amigo lhe tinha retirado 40 euros em dinheiro aproveitando a sua ausência numa ida à casa de banho. Munido de uma faca o arguido empunhou-a na direção da vítima, acabando por ser travado por outra pessoa se estava no local.
Já de noite, pelas 21h30, ambos voltaram a desentender-se e o crime foi consumado.
A vítima foi encontrada ensanguentada e caída na Rua Francisco Manuel Oliveira Santos, a algumas dezenas de metros da sua habitação. Foi socorrida e levada pelos bombeiros para o hospital das Caldas da Rainha, onde não recuperou dos ferimentos, vindo a falecer pouco depois da meia-noite do dia 1 de fevereiro. O corpo de Devair foi transladado para o Brasil, para o cemitério de Mantenópolis, no estado de Espírito Santo.
Segundo testemunhas oculares, o agressor teria fugido com uma faca grande na mão e uma mochila. Foi descoberto nas imediações por agentes da PSP, com vestígios de sangue na roupa, com um corte na mão direita e ferimentos ligeiros na testa, tendo sido levado algemado para o hospital.
A faca tinha sido largada num quintal próximo, vindo mais tarde a ser recuperada.
Ademir Almeida estava acusado de homicídio qualificado, que foi reduzido para homicídio simples, uma vez que a prova produzida não foi suficiente para estabelecer um motivo, tendo em conta também que se encontrava embriagado, e quanto à frieza não foi produzida qualquer prova.
O homicídio simples tem um enquadramento legal de 8 a 16 anos, tendo o tribunal entendido aplicar uma pena de prisão de 12 anos. O homicida encontra-se em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Leiria. Os advogados do arguido já anunciaram que vão recorrer da decisão, defendendo que ele negou em tribunal ter cometido o crime.
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