A primeira feira internacional virtual dedicada ao pescado fresco ou transformado, e ao mar português – a Expo Fish Portugal – decorreu nos dias 16 e 17 de novembro, com vários momentos na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, em Peniche, tendo sido anunciada uma nova edição em 2022.
“Portugal teve pela primeira vez um espaço virtual de promoção do setor das pescas para alavancar a exportação, como estratégia crucial para a economia portuguesa e para o setor que se revelou um sucesso, quer pelo número de expositores participantes, quer pela dinâmica e características únicas do evento, que está a potenciar negócios aos intervenientes e ao país”, referiu Teresa Coelho, secretária de Estado das Pescas.
A feira, organizada pela Docapesca, empresa tutelada pelo Ministério do Mar, gerou 305 reuniões entre 80 expositores e 450 visitantes importadores, de mais de 30 mercados internacionais. As conferências híbridas tiveram duas mil visualizações e a plataforma do evento teve cerca de três mil visualizações.
“O sucesso internacional da feira, as perspetivas de negócio geradas e a procura crescente deste tipo de plataforma”, levaram a organização a anunciar a segunda edição da Expo Fish Portugal para 15 e 16 de novembro do próximo ano.
A Expo Fish Portugal reuniu empresas portuguesas com o mercado internacional. O objetivo principal do evento é “contribuir ativamente para manter a tendência de crescimento sustentável das exportações”, referiu Sérgio Faias, presidente do Conselho de Administração da Docapesca, sendo expectável que feira ajude a “superar os valores das exportações pré-Covid e colocar o setor nos níveis ascendentes dos anos anteriores”.
No evento foram discutidos não só o futuro do setor, considerando a conservação dos recursos e dos ecossistemas marinhos, mas também abordagens inovadoras centradas no crescimento, desenvolvimento e sustentabilidade social e económica dos pescadores e aquicultores. A Expo Fish Portugal serviu também para discutir novas abordagens ao mercado, oportunidades de financiamento e desenvolvimento do negócio, apresentação de novos produtos e serviços, a valorização sustentável e a qualidade do pescado português.
O pescado português é o produto agroalimentar com maior peso nas exportações do país e o setor gera anualmente um volume de exportações de mais de mil milhões de euros e emprega mais de 60 mil pessoas.
Uma nota importante no que toca à transformação de pescado é que Portugal importa muito mais pescado do que aquele que pesca e produz, e a indústria transformadora atenua o déficit na balança comercial de produtos da pesca, pela sua relevância nas exportações.
Apoios devido ao preço dos combustíveis
Na abertura do evento, no Dia Nacional do Mar, o ministro da tutela, Ricardo Serrão Santos, afirmou que o governo vai investir 87 milhões de euros, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), em centros de investigação e de desenvolvimento de produtos para a economia do mar no Algarve, Lisboa, Oeiras, Peniche, Aveiro e Porto. Nos Açores haverá um hub similar financiado por outro projeto da componente mar no PRR.
O ministro destacou que o investimento permite criar infraestruturas “para desenvolver as grandes tecnologias e promover a ligação entre as academias e as indústrias e os empreendedores em contextos da biotecnologia azul, das energias oceânicas, robótica submarina, das engenharias e construção naval”, procurando ”potenciar o setor da transformação do pescado e a biotecnologia” e promover uma maior ligação entre a investigação científica e as indústrias do setor.
Entretanto, o governo anunciou que está a estudar apoios ao setor das pescas devido ao aumento do preço dos combustíveis.
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