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“Se não adotarmos hábitos de alimentação saudável, o SNS não será sustentável”

Marlene Sousa

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Celebrou-se na passada sexta-feira o Dia Europeu da Alimentação e da Cozinha Saudáveis, definido pela Comissão Europeia para sensibilizar para os problemas de obesidade. Joana Mendes, engenheira alimentar e formadora na Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste (EHTO), tem-se dedicado à promoção de alimentação saudável e sustentável nas Caldas da Rainha.
Joana Mendes, engenheira alimentar e formadora na EHTO, tem-sese dedicado à promoção de alimentação saudável

Em entrevista ao JORNAL DAS CALDAS, Joana Mendes disse que as pessoas estão mais atentas à alimentação, mas continuam com excesso de peso. Em Portugal 60% da população tem excesso de peso (6 em cada 10), 13% da população é diabética e há mais de2 milhõesde pré-diabéticos(hiperglicemia). A engenheira alimentarlembra queesta questão vai “muito além da imagem”, sublinhando que está associada a um “decréscimo da esperança média de vida e da qualidade da mesma, estando muitas vezes ligada a doenças como a diabetes, a hipertensão, outras doenças metabólicas, respiratórias, cardiovasculares e vários tipos de cancro”. Para esta responsável, escolher uma refeição saudável de vez em quando não chega. Devia ser uma prática diária. Daí o seu empenho em passar informação “correta” sobre alimentação saudável, porque “há falta de campanhas de comunicação sobre nutrição, o que obriga os interessados a procurar online, encontrando informações que por vezes são pouco credíveis. “As pessoas estão muito habituadas ao imediatismo. Tudo é descartável, tudo é muito efémero e nas dietas querem-se resultados muito rápidos”, apontou a formadora, salientando que “perder peso de forma rápida não é sustentável”. Adeptade um estilo de vidasaudável, disse que tudo começou nas formações que dava sobre os perigos químicos, aditivos e corantes nos alimentos. “No final as pessoas perguntavam como podiam comer de forma mais saudável, então fiz um trabalho intenso de pesquisa e investigação e comecei a desenvolver receitas daquilo que eu gosto e novas formas de utilizar os alimentos”, explicou. A engenheira alimentar recomenda a dieta mediterrânica, que é das “melhores dietas ou padrão alimentar mais saudável por combinar a diversidade na alimentação adequada ao mundo atual e foi inclusivamente classificada como Património Mundial da UNESCO”. Segundo Joana Mendes, um dos principais princípios da dieta mediterrânea é a alimentação natural. “Deve-se evitar os alimentos processados, que tem muito açúcar, sal, aditivos alimentares e gordura hidrogenada, que é das piores que podemos consumir”, revelando que em Portugal são autorizados mais de 300 aditivos alimentares em que seis deles são obrigados na rotulagem a ter uma advertência a dizer que pode causar efeitos negativos na atividade das crianças”. “O problema é que as crianças e jovens comem muitos produtos processados e ultrapassam as doses recomendadas”, alertou. De acordo com a engenheira alimentar, “hoje somos expostos a uma grande variedade de contaminantes provenientes da produção alimentar em escala, como o consumo de produtos de origem animal produzidos com recurso a hormonas de crescimento e antibióticos, pescado contaminado com metais pesados provenientes da poluição ambiental, hortofrutícolas contaminados com pesticidas e um excesso de alimentos processados com aditivos químicos, açúcares e cereais refinados”. “Não admira, desta forma, que muitas das doenças atuais como a obesidade, cancro, doenças cardiovasculares, diabetes, entre muitas outras, estejam diretamente relacionadas com os hábitos alimentar inadequados”, apontou. Joana Mendes revelou que os principais erros são o “consumo insuficiente de hortícolas, frutas e leguminosas, e um consumo exagerado de carne (dez vezes superior ao recomendado) e de alimentos processados”. A formadora na EHTO adiantou que a obesidade não se foca apenas na alimentação — “há que introduzir hábitos e práticas saudáveis no dia a dia como mexer o corpo com atividade física, hidratação (beber água), parar para respirar, dormir bem e socialização”. Esta responsável tem dinamizado na cidade várias ações de alimentação saudável. No mês passado realizou um showcooking de receitas saudáveis no hospital das Caldas e esteve no passado dia 8 na Escola Secundária Raul Proença, numa ação onde foram apresentadas algumas sugestões saudáveis de pequeno-almoço e snacks que foram servidos aos alunos. Bolinhas energéticas de amêndoa, cacau e quinoa, húmus de beterraba e de espinafres acompanhados por palitos de vegetais água aromatizada de morango, manjericão e pepino, foram algumas iguarias servidas. A formadora ficou satisfeita pelo feedback dado por alunos, professores e outros profissionais da escola que “adoraram os snacks e sugestões saudáveis que levei”. Joana Mendes também está a implementar este ano na EHTO um plano com “sugestões de alimentos mais saudáveis para que os estudantes possam ter na escola outras alternativas e ganharem esse hábito”. “A bastonária da Ordem dos Nutricionistas alertou para o facto de que se não olharmos para a causa alimentar de forma séria, o Serviço Nacional de Saúde não será sustentável”, fez notar Joana Mendes.

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