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150 elementos de grupos de folclore recriaram tradições antigas ligadas à vida rural

Mariana Martinho

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No passado sábado, a cidade das Caldas da Rainha voltou a ser palco de um conjunto de recriações históricas e de vivências do final do séc. XIX e princípio do séc. XX. Nesta 4ª edição do projeto “Retrato” - “Tradições da Vila”, que juntou cerca de 150 elementos dos grupos etnográficos e folclóricos do concelho e não só, houve em vários pontos da cidade cenas que retravam com rigor o quotidiano, as tradições, os trabalhos e ofícios de outros tempos. Entre folclore, lendas, desgarradas e os fandangos, lavadeiras e aguadeiras, namorados e casamentos houve ainda quem recordasse a antiga tradição popular da “Serração da Velha”, junto ao edifício da União de Freguesias de Nª Srª Pópulo, Coto e São Gregório.
Grupos que participaram na recriação

Com objetivo de “trazer à cidade todas as tradições, desde a forma de viver ao convívio do antigamente”, o evento surgiu há quatro anos por iniciativa dos grupos de folclore e etnografia do concelho. Este ano, o cortejo histórico, que contou novamente com o apoio da Câmara Municipal e das duas Uniões de Freguesias da cidade, teve um início diferente da edição anterior, começando com a recriação de uma cena dos namorados, no Largo Frederico Pinto Bastos. “O evento valorizou o trabalho dos ranchos”, sublinhou um dos dinamizadores do projeto, Sérgio Pereira, adiantando que “todos os anos implementamos cenas novas”, como a recriação da “Serração da Velha”.

Segundo o responsável, “esta tradição popular já vem dos tempos medievais, em que se julgava as pessoas mais cínicas e antipáticas à porta das suas casas, gritando “serra a velha”, com intuito de dizer as verdades sobre as heranças ou a vida amorosa”.

As animações de rua itinerante continuaram ao longo do dia em vários pontos da cidade, com as antigas coscuvilheiras que falavam da vida alheia, as lavadeiras e as aguadeiras junto ao Chafariz das Cinco Bicas, as cenas do dia-a-dia de trabalho no campo e o ambiente familiar, e o malhar e escarolar o milho, recriando o ambiente das eiras, junto ao Largo Termal.

No Parque D. Carlos I foi recriada “uma mostra de ofícios antigos”, como o sapateiro, o oleiro, um homem a fazer navalhas, as mulheres a passar a ferro com os ferros a carvão, ou seja, “foi uma autêntica viagem no tempo”.

Nesta edição participaram cinco grupos folclóricos do concelho (Rancho Folclórico e Etnográfico “As Ceifeiras da Fanadia”, Rancho Folclórico e Etnográfico “Os Oleiros”, Rancho Folclórico e Etnográfico “Os Azeitoneiros” de Alvorninha, Rancho Folclórico “Flores da Primavera”, Rancho Folclórico “Os amigos da Associação de Barrantes”), e três grupos de fora (Rancho Folclórico do Arco da Memória, Rancho Folclórico e recreativo “Os Ceifeiros de Liteiros” (Torres Novas), Rancho Folclórico e Etnográfico “Estrelas do Arnóia” (Sancheira Grande, Óbidos).

Juntaram-se ainda ao evento o Conjunto Típico “Os Caldenses” e a Banda Comércio e Indústria.

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