“Encontrámo-lo em paragem cardiorrespiratória mas conseguimos estabilizá-lo e transportá-lo para o hospital das Caldas da Rainha. Estava inconsciente e aparentava ter um traumatismo crânio-encefálico”, revelou Carlos Silva, comandante dos bombeiros de Óbidos.
A corporação recebeu o alerta pelas 11h47 e prestou a primeira assistência, completada pela intervenção da equipa da viatura médica de emergência e reanimação do Centro Hospitalar do Oeste.
Apesar dos esforços, o turista, que integrava uma excursão de nipónicos à vila, acabaria por morrer horas depois na unidade de saúde.
Não é a primeira vez que acontecem quedas na zona das muralhas, uma atração devido à vista panorâmica do burgo medieval. Nos últimos cinco anos, um turista brasileiro, de 68 anos, e um espanhol, de 73 anos morreram, e um japonês, de 77 anos, sofreu ferimentos graves em quedas ao longo do castelo, onde existem alguns sinais que alertam para os perigos que existem, embora seja defendido um reforço dessa sinalética e maior visibilidade.
Centenas de pessoas passeiam diariamente pelas muralhas de Óbidos, algumas percorrendo toda a sua extensão. Na última década, a autarquia instalou iluminação e avisos sobre os riscos e até corrigiu o piso irregular dentro das limitações de intervenção num património que é tutelado pelo Estado central, mas isso não impede que haja distrações, tonturas e outras causas que originem quedas.
“O cuidado ao circular na muralha deve ser constante. O que tem de haver é a noção das pessoas que existe um piso que é irregular e escadaria, e que não é a mesma coisa que estarmos a circular num centro comercial”, fez notar Carlos Silva.
A colocação de barreiras para evitar as quedas é considerada inestética e desenquadrada com o espaço histórico, mas o presidente da Câmara de Óbidos, Humberto Marques, revelou que fez agora diligências para a Direção Geral do Património Cultural, que tutela o castelo, tomar medidas para evitar que os acidentes se repitam.
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